Por rafael.souza

Rio - Familiares e amigos se despediram na manhã de nesta terça-feira de Matheus Ferreira Mota, de 20 anos, que morreu após ser abordado por bandidos do Morro do Chapadão, na Avenida Automóvel Clube, em Costa Barros, Zona Norte do Rio. O corpo carbonizado do jovem foi encontrado dentro de um porta-malas na segunda-feira.

No sepultamento de Matheus, no Cemitério de Irajá, um grupo de mais de 100 pessoas vestia camisas brancas com a fotografia do rapaz. A mãe, Elizete Motta, se sentiu mal durante o velório. Os parentes não quiseram falar com a imprensa.

Praticante de esportes radicais, Matheus recebeu homenagem de colegas do BMX, com quem treinava bicicross em Irajá. “Ele era muito alegre e sempre vinha para cá. Mas, também era muito envolvido com o trabalho e estudos”, relatou Luiz Ricardo Santos, de 24.

Também com bicicleta em mãos, outro integrante do grupo de BMX Bruno Carros Vieira, 19, disse estar indignado. “Ele foi uma inspiração no esporte. É inacreditável uma brutalidade dessas”, lamentou o rapaz.

Em nota, a Polícia Civil informou que os policiais estão analisando câmeras de segurança para identificar os autores. Já a PM fez novas buscas ao local para derrubar barricadas colocadas por traficantes para impedir a entrada de policiais na comunidade. Até o fim desta edição, não foi divulgado o balanço da ação.

Elizete%2C mãe de Matheus%2C foi amparada por parentes e amigosSeverino Silva / Agência O Dia


Matheus foi sequestrado por traficantes do Chapadão na noite deste domingo. Corpo carbonizado em carro roubado seria do jovemReprodução Facebook

Na tarde de domingo, o jovem saiu com amigos de Rocha Miranda, onde morava, para um passeio de moto. Quando passavam pelo Chapadão, eles teriam sido parados por traficantes da comunidade, que desconfiaram que Matheus fosse um bandido de uma facção rival. O rapaz foi, então, levado para dentro do morro, torturado e morto. 

Após cometerem o crime, os bandidos deixaram o corpo de Matheus dentro de um carro roubado, na Praça Seca.  A família o reconheceu no Instituto Médico Legal (IML) pela bermuda que ele usava e um alargador (espécie de brinco). A polícia trabalha com a hipótese de que o jovem tenha sido morto por engano.

Operação no Chapadão

Pelo segundo dia consecutivo, a Polícia Militar faz uma operação no Complexo do Chapadão para buscar suspeitos do crime. PMs do 41º BPM (Irajá) com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope) já retiraram barricadas colocadas por traficantes da região para dificultar o acesso dos PMs. Até o momento, não há informações sobre prisões ou apreensões.

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