Rio - O Sindicato dos Médicos do Rio vai apresentar queixa ao Ministério Público do Trabalho contra o prefeito Eduardo Paes por assédio moral. O presidente da entidade, Jorge Darze, disse que Paes destratou uma médica do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, domingo à noite, quando ela solicitou documento de identidade do filho do prefeito para preencher o boletim de atendimento. Paes levou o filho à emergência pública, depois que o menino, de 11 anos, se machucou praticando esportes, como publicou nesta segunda-feira a coluna Extra, Extra, de Berenice Seara, Jornal ‘Extra’.
“A profissional cumpriu a rotina e ele se irritou. Começou a falar alto e tratar a médica com grosseria e desrespeito”, afirmou Darze. Para ele, se há falhas no atendimento, a culpa é do próprio prefeito e de seu secretário de Saúde, Daniel Soranz.
Em nota, o sindicato explicou que o prefeito agiu com impessoalidade e cometeu crime de prevaricação (artigo 319 do Código Penal), além do assédio moral. A médica, segundo Darze, está traumatizada e abalada emocionalmente. O sindicato não soube afirmar se ela pediu demissão. A Secretaria de Saúde informou que a médica não pediu demissão.
Em visita ao Estádio Aquático, instalação olímpica, Paes comentou o caso. “Eu disse para aquela médica que ela tinha que ter uma postura de mais atenção. Ela não dá atenção aos pacientes e isso eu não vou aceitar na minha rede. Faltou acolhimento.”
Segundo o diretor do Sindicato, José Alexandre Romano, Paes levou o filho a hospital particular. “Como tinha de esperar, decidiu correr para o Lourenço Jorge, e deu carteirada”, disse.