Por gabriela.mattos
Rafaela Campana foi baleada quatro vezes quando policiais atiraram em carro em que ela estava em posse de sequestradores na Avenida BrasilReprodução Facebook

Rio - A Polícia Civil investiga se o sequestro da empresária Rafaela de Mesquita Campana, 25 anos, foi motivado por vingança dos traficantes do Morro da Providência, no Centro, por conta de uma dívida. A informação é do delegado da Delegacia Anti-Sequestro, Eduardo Soares, ao Dia. Rafaela morreu sexta-feira. Ela foi atingida por quatro disparos durante tiroteio entre os policiais e sequestradores.

De acordo com a investigação, os seis homens envolvidos no sequestro são traficantes e tiveram ajuda de alguém que tinha acesso ao estabelecimento de venda de gás dirigido pela empresária e pelo pai, no Centro do Rio.

“Como o depósito estava localizado em uma área onde há tráfico de drogas e os sequestradores são da região, é possível que a coordenação do depósito tenha deixado de pagar o famoso arrego (taxa ilegal cobrada) de funcionamento aos traficantes. Então, eles teriam arquitetado o sequestro para receber o dinheiro da dívida”, afirmou Soares.

Fotos do depósito foram encontradas dentro do carro usado no rapto, na segunda-feira, dia 4. O veículo fora roubado na noite anterior. “O próprio veículo serviu como cativeiro. Os bandidos ficaram rodando a cidade com a Rafaela enquanto pediam o resgate de R$ 500 mil ao pai”, disse o delegado.

Cerca de três horas depois, na Avenida Brasil, uma viatura policial interceptou o veículo após constatarem que o carro era roubado e houve troca de tiros. Por causa do insulfilme escuro do carro, não era possível ver quem estava dentro.

Dois homens que participaram do sequestro morreram na hora. Um terceiro, identificado como Adriano Oliveira, foi baleado e está internado. Ele seria gerente do tráfico da Providência e afirmou à Polícia que era amigo de infância do namorado da vítima. Por causa dessa informação, o namorado passou a ser investigado.

Dois traficantes que teriam participado do sequestro são procurados. Rafaela, que tinha uma filha de 3 anos, teve seus órgãos doados e seu corpo foi cremado.

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