Por rafael.souza

Rio - O acusado de torturar e matar a jovem Ana Beatriz Andrade, de 14 anos, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, no último sábado, foi preso na madrugada desta terça-feira numa ação conjunta da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local e Delegacia de Homicídios (DH) da Capital. Gutemberg Rodriguez Minas, de 19, confessou o crime e disse ter estuprado a vítima. O acusado conhecia a vítima de vista da comunidade.

Segundo informações do Comando de Polícia Pacificadora (CPP), Gutemberg foi preso após denúncia feitas por moradores, revelando quem tinha matado a adolescente e onde estava escondido. Na região conhecida como Lote, mesmo local onde aconteceu o crime, o suspeito foi localizado e levado para a delegacia. Com ele, os policiais apreenderam o tablet da menina e as chaves da casa da vítima.

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De acordo com a delegada adjunta da DH, Marcela Ortiz, Gutemberg passou três meses planejando o crime. “Ele contou o crime com muitos detalhes, uma narrativa com princípio, meio e fim. Ele tem discernimento do que estava fazendo. Ficou observando a vítima por três meses, analisando a rotina dela. Relatou que matou a menina com medo de que ela o reconhecesse depois.” Muito abalada, a mãe relatou que não tinha o costume de deixar a filha sozinha em casa.

Gutemberg vai responder pelos crimes de estupro e de homicídio triplamente qualificado pela asfixia, para garantir a impunidade no estupro e pelo feminicídio. A adolescente será enterrada nesta terça-feira, às 11h, no Cemitério do Catumbi, na Zona Norte. 

Ana Beatriz Andrade%2C de 14 anos%2C foi encontrada%2C dentro de sua casa%2C com sinais de tortura. Ela não resistiu aos ferimentos e morreuReprodução

Entenda o caso

No último sábado, a jovem Ana Beatriz Andrade foi encontrada amarrada, amordaçada e com sinais de estupro no interior de sua casa, na localidade conhecida como Lote, no Morro dos Macacos. Policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local foram à residência depois que uma vizinha fez uma denúncia. Ainda com vida a garota foi encaminhada para o Hospital Federal do Andaraí, mas não resistiu aos ferimentos.

Na ocasião, a doméstica Soraya Silva Oliveira, de 45 anos, mãe da vítima revelou ao DIA que um dos suspeitos poderia ser o pai da menina, que teria sido visto por um vizinho, rondando a comunidade no dia do crime. Mas a polícia provou que ele não tem nada a ver com o crime, prendendo o verdadeiro acusado. Nesta segunda-feira, Soraya passou todo o dia no cartório, funerária e IML para liberar o corpo da filha. 

De acordo com Soraya, médicos do Hospital do Andaraí, para onde Ana Beatriz foi levada ainda com vida, disseram a ela que a menina não sofreu violência sexual como chegou a ser divulgado.

Soraya disse que jamais deixava a menina sozinha. Aluna do oitavo ano do Ensino Fundamental, Ana Beatriz estudava de manhã e, à tarde, ia para o trabalho da mãe. À noite, seguia para o Colégio Pedro II, no Engenho Novo, onde aguardava Soraya, aluna do curso de informática.

“Eu ia fazer faculdade de psicologia e a minha filha queria estudar na Inglaterra”, diz, aos prantos. Aos 10 anos, Ana Beatriz ganhou uma bolsa num colégio particular, em Vila Isabel. Ela fazia parte do projeto Morada da Esperança, que acolhe meninas de família com baixa renda.

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