Por gabriela.mattos

Rio - Esta quinta-feira foi mais um dia agitado na conturbada política de Barra Mansa, no Sul do estado, onde o prefeito Jonas Marins (PCdoB) foi afastado por deteminação judicial na quarta-feira, junto com outros servidores. O grupo é suspeito de envolvimento em um esquema de compra, desvio e estocagem irregular de medicamentos, que teria lesado o município em pelo menos R$ 2,3 milhões. Os suspeitos negam as acusações e estão recorrendo da decisão, classificada por Jonas como injusta e exagerada.

Em entrevista ao Programa Dário de Paula, pela Rádio Sul Fluminense, o prefeito em exercício, que era vice, Pastor Jorge Costa, adiantou fará alterações no secretariado e convocou a população para “um pacto pela cidade”. Ele ressaltou que mexidas nas pastas estão sendo estudadas.

“Quero colocar a casa em ordem. Não quero fazer críticas pessoais a ninguém, mas a sensação é de que a cidade foi varrida por um furacão. Estou preocupado com a Saúde, com as obras inacabadas e com outras em andamento que precisam ser finalizadas. O secretariado é cargo de confiança de quem está prefeito e, hoje, estou prefeito”, disse Jorge Costa.

Jonas Marins nega as acusações e tenta reconquistar o poder na JustiçaDivulgação

O prefeito interino disse ter pedido um levantamento financeiro das secretarias, lembrando que na semana passada a Light cortou a energia da sede da prefeitura, por conta de uma dívida que chegaria a R$ 3,5 milhões. Para economizar, Jorge Costa admitiu que vai “reavaliar até cargos comissionados”. 

Em nota, a Comissão Executiva do Partido dos Trabalhadores local anunciou que entregará os cargos comissionados que ocupa. O PT lidera a Secretaria de Habitação. “O partido que assumiu o governo não integra a base de alianças do PT”, diz a nota.

No município, a revolta dos moradores contra as toneladas de medicamentos que eram supostamente compradas e nao entregues à popupação — muitas acabaram com datas vencidas —, é demonstrada nas redes sociais.

Em setembro, O DIA mostrou a agonia de pacientes crônicos graves que dependem de medicamentos especiais e não conseguem pela Prefeitura de Barra Mansa, mesmo a mando da Justiça, e correm risco de vida. Alguns deles estão tentam há dois anos. A maioria tem altos custos. É o caso de Rafael Alves, 44 anos, portador de Retocolite Ulcerativa Idiopática, evoluída para Síndrome de Reiter, que está sem vários remédios, entre eles o Pentasa 500mg (Mesalazina), que deveria ser fornecido pelo estado, via município. “O sentimento é de indignação. Uma covardia conosco”, desabafa.

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