Por rafael.souza

Rio - Diversos intelectuais, sindicalistas e representantes de movimentos sociais participaram, na tarde desta segunda-feira, do lançamento da campanha "Se é público, é para todos", criada para discutir a valorização do que é público, sejam empresas, educação, cultura, espaços ou saúde. O encontro foi organizado pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará do ato após as mesas de discussão.

Durante o encontro, os participantes também conversaram sobre o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. De acordo com a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), Dilma errou em não combater "o monopólio dos meios de comunicação". "Durante todo o nosso governo de esquerda, esse foi o maior erro. A TV aberta é a principal força de comunicação", reforçou.

Além disso, a parlamentar lembrou ainda o caso da adolescente de 16 anos que sofreu um estupro coletivo, na Praça Seca, na Zona Oeste, em maio. "É preciso falar sobre estupro, a população ainda não fala sobre isso", acrescentou.

Professor de direito tributário, Ricardo Lodi explicou que o processo de impeachment contra Dilma não tem nada a ver com crime fiscal. "Todos que julgaram a presidente estavam envolvidos em algum tipo de crime. A motivação dela foi política", destacou.

Projetos em tramitação

Entre os pontos discutidos no encontro estão os projetos de lei que trazem ameaças às estatais e ao setor público de forma geral. Entre eles, o PLS 555, que transformaria as estatais em sociedades anônimas e traria a proibição de que representantes sindicais e/ou políticos participassem de seus conselhos. O projeto, que agora segue na Câmara dos Deputados como PL 4918, abre portas à privatização das empresas públicas. Além das estatais, estarão em foco na campanha o espaço público, a saúde, a educação, a comunicação e a cultura, com geração de propostas que serão difundidas nas redes sociais e imprensa.

O PLP 268, que ameaça representação dos trabalhadores nos fundos de pensão, conquista histórica alcançada na década de 1970, também será discutido, bem como a alteração na lei que garante à Petrobras participação obrigatória na exploração do petróleo da camada do pré-sal. Há outras propostas em tramitação que ameaçam diversos setores da esfera pública e, diante deste quadro preocupante, a campanha torna-se ainda mais importante e necessária.

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