Por adriano.araujo

Rio - Depois de três dias de peregrinação pelos IML's do Centro e da Baixada Fluminense, finalmente a família de Carlos Eduardo Nogueira da Silva, de 20 anos, vai conseguir enterrá-lo. O sepultamento será realizado as 15h desta terça-feira no Cemitério do Catumbi, Região Central do Rio. As despesas serão pagas pela OAB-RJ.

A família sofria com as informações desencontradas tanto no IML do Centro quando no de Nova Iguaçu, na Baixada, para onde muitos corpos estão sendo levados por conta da crise do estado, que atingiu em cheio o instituto, que fechou as portas da unidade do Centro por falta de condições de trabalho, além de ter salários atrasados. O corpo de Dudu, como era conhecido, chegou a dar entrada como indigente. 

'É uma lixeira humana'

Um funcionário do IML de Nova Iguaçu chamou de 'lixeira humana' o local e disse que a unidade está atendendo acima da capacidade. Corpos amontoados foram vistos pela reportagem e parentes de vítimas reclamavam as condições de descaso e abandono.

"Fico indignada não com as pessoas que foram escolhidas para trabalhar, até porque parecem ser simpáticas e gostariam de atender. Elas até tentam passar uma palavra de conforto", comentou a dona de casa Maria Duarte, de 40 anos, irmã de um homem morto em acidente de trabalho na Rocinha. Maria foi enfática, porém, ao criticar a situação do IML. "Você não tem nem o direito de morrer. A pessoa fica abandonada e jogada como se fosse uma banana que se come e se joga a casca na lixeira", lamentou.

LEIA MAIS: Crise no IML aumenta sofrimento de família

Corpo de Carlos Eduardo está no IML de Nova Iguaçu desde sexta-feira%2C quando deu entrada como indigenteErnesto Carriço / Agência O Dia


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