Por karilayn.areias

Rio - O eleitor brasileiro vai às urnas no próximo domingo para eleger prefeitos e vereadores de 5.568 municípios e, apesar do descontentamento com a classe política, muitos ainda não sabem como fazer sua parte. Sobretudo na hora de escolher em quem votar para vereador.

Levantamentos feitos pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) mostram que apenas 15% do eleitorado se interessa por política. Os outros 85% não gostam ou não têm interesse pelas eleições, não sabem o papel de um vereador, tampouco sabem que este desinteresse se torna um campo fértil para a multiplicação das piores práticas políticas por parte dos nossos representantes nos parlamentos.

“Na cultura política brasileira há uma hipervalorização do poder executivo, dos prefeitos, governadores, presidentes. O que é um erro, pois os orçamentos são aprovados nas câmaras. A representação da população se faz, na verdade, no legislativo”, explica o cientista político Ricardo Ismael, da PUC.

Infográfico: O que fazem os vereadores

A falta de informação sobre os candidatos a vereador, segundo Ismael, também ajuda neste desconhecimento maciço sobre a função por parte da população.

“O horário eleitoral informa pouco sobre isso e a imprensa também. É compreensível. É mais prático cobrir os candidatos a prefeito, que são muito menos, do que cobrir milhares de candidatos a vereador. Não dá para fazer debates e entrevistas com eles”, ponderou.

A pouca informação somada à falta de interesse do eleitorado leva a um resultado invariavelmente trágico nas urnas quando se tratam de eleições para vereador.
“É algo caótico do ponto de vista da democracia representativa. Três, quatro meses após a eleição, a maioria dos eleitores sequer se lembra em quem votou para vereador. Isto é ruim para a formação da Câmara de cada cidade e, por fim, para o próprio cidadão”, explica.

O cientista político Geraldo Tadeu, da UERJ, disse que o eleitor precisa assumir, de fato, a responsabilidade pelos candidatos que elege. E esta não se resume apenas a votar.
“É preciso se informar ao máximo antes de votar, ver o que já o candidato já fez, as propostas, os partidos, a vida pregressa. O ditado “diga-me com quem andas que te direi quem és” vale muito neste momento”, diz Tadeu.

Ricardo Ismael acrescenta a importância de o eleitor não se deixar levar por vantagens imediatas: “é importante votar em alguém que esteja disposto a lutar por mudanças duradouras para o bairro, para a cidade. Não para si próprio”, explica.

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