Rio - Policiais da 32ª DP (Taquara) prenderam nesta quarta-feira um jovem, de 18 anos, e apreenderam outros quatro menores, de 13, 14 e 17 anos, acusados de espancar brutalmente o homossexual José Francisco Costa Vieira, de 32 anos, na madrugada da última segunda-feira. Um outro adolescente é procurado pela polícia. A Justiça decretou a prisão e apreensão dos cinco na madrugada desta quinta-feira.
Abalado emocionalmente e ainda muito machucado, José Francisco foi à delegacia e reconheceu os agressores através de fotos, para evitar o confronto visual. Claudio Nascimento, presidente do Rio Sem Homofobia, acompanhou todo o processo e mostrou alívio no desfecho que o caso teve.
"Foi muito chocante, infelizmente há uma banalização muito grande com casos de homofobia. A equipe (da 32ª DP) está de parabéns. Fizeram um trabalho efetivo, consistente. Isso contribui para a impunidade não prevalecer, estimula outras pessoas a fazerem denúncias e desencorajar outros agressores", disse. O inquérito da 32ª DP investiga tentativa de homicídio.
José Francisco voltava para casa por volta das 4h de segunda-feira quando foi atacado pelo grupo. Ele teve a orelha cortada, unhas arrancadas e o braço quebrado, além de sofrer escoriações por todo o corpo e traumatismo craniano. Ele recebeu alta nesta quarta-feira do Hospital Miguel Couto e nesta manhã realiza exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Sua irmã, Tarley Costa Vieira, disse que ele está bem, em fase de tudo o que aconteceu. Ela comemorou a prisão dos autores da agressão, mas disse que o sentimento ainda é de dor.
"Nosso sentimento ainda é de dor, por tudo que aconteceu, mas estamos mais confortáveis. A polícia fez o papel dela, muito bem, se empenhou muito. Agora eles (os agressores) têm que pagar. Eles são um risco para a sociedade", disse.
Segundo Claudio Nascimento, a vítima começa a receber nesta quinta-feira apoio psicológico do Centro de Cidadania LGBT. "Hoje estamos mandando uma equipe para acompanhá-lo psicologicamente. Mas ele sabe da importância de denunciar essa agressão. Fiquei muito admirado pela atitude dele, e com toda a família mobilizada em apoiá-lo". Ele pede casos de homofobia sejam denunciados no telefone do Disque-Cidadania LGBT (0800-0234567).