Investigador particular procurou DP para denunciar 'cliente' que o contratou para cometer crimes de homicídio
Por gabriela.mattos
Gravação sobre plano para mortes foi apresentada à delegada DanielaLuiz Ackermann / Agência O Dia
Rio - Suspeito de matar a namorada Isabel Pereira Luna por envenenamento em 2014, o investigador particular Antonio Marcos Oliveira Monteiro, de 45 anos, foi preso na quarta-feira, ao procurar a 12ª DP(Copacabana) para registrar uma ocorrência. Na ocasião, ele denunciou que havia sido contratado para matar a esposa, a sogra e os pais da sogra de Sander Cavalleri, que seria o mandante dos crimes. Foi autuado por crime de ameaça, já que não chegou a executar o plano, pelo qual receberia R$ 5 mil e um apartamento, de acordo com seu depoimento.
Segundo a delegada Daniela Rabelo, titular da 12ª DP, o pedido de prisão de Antonio Marcos foi negado no ano passado, na época em que Antonio Marcos foi apontado como suspeito pela morte da namorada, apesar de todos os indícios de sua autoria. “Eu pedi a prisão dele com base no inquérito do homicídio da namorada, que ocorreu em 2014. E aí, diante desse novo fato, da possibilidade de ele vir a matar outras pessoas, de ele ter sido procurado para cometer assassinatos, eu pedi sua prisão preventiva”, disse a delegada. Ela acredita que a motivação de Antonio para procurar a polícia pode ter sido um desentendimento com Sander sobre o valor do serviço.
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Antonio foi à delegacia na quarta-feira à tarde com um advogado informando que tinha sido pago para assassinar três pessoas no dia seguinte e que de duas a três semanas depois mataria a quarta pessoa. As primeiras três mortes ocorreriam numa simulação de assalto na Tijuca, quando Antonio Marcos usaria uma arma de fogo. Já a esposa do mandante seria esfaqueada dias depois.
“O acusado me apresentou uma gravação no telefone celular dele, na qual os dois combinavam como tudo seria feito, todos os detalhes. Combinaram que Antonio Marcos ganharia R$ 5 mil e, depois, na divisão da herança, um apartamento”, afirmou Daniela. A partir das informações, o setor de Inteligência da Polícia Civil encontrou, entre os antecedentes criminais de Antonio Marcos, o registro da ocorrência em que ele era apontado pela morte de Isabel Pereira Luna, em 2014.
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Antonio Marcos afirmou que conhece Sander de longa data e que, ao encontrá-lo na Rua Gustavo Sampaio, no Leme, onde ambos moram, ele teria lhe perguntado se queria ‘um dinheiro fácil’ e pensou se tratar de alguma investigação. Já Sander, que cumpriu pena por roubo anos atrás, alegou que tudo não passara de uma brincadeira, e que quem propôs que matasse sua família foi o próprio Antonio Marcos.