Por tabata.uchoa
Rio - Cansada de ver o filho Hygor, hoje com 27 anos, portador de deficiência intelectual - devido a uma meningite aos seis meses -, excluído, desde a infância, dos convites para festas, sobretudo natalinas, no Morro Babilônia, no Leme, na Zona Sul, a caixa de supermercado Janaína Rodrigues Novaes, de 53 anos, decidiu fundar, há quatro anos, a ONG SOS Anjos Especiais. 
Desde então, graças a doações, a entidade vem promovendo celebrações em datas marcantes, como o Natal, que este ano vai ser lembrado com um almoço, com direito a distribuição de brinquedos, neste domingo ( 11 de dezembro), às 13h. Ao todo, são esperadas cerca de 30 crianças especiais do morro e da vizinha comunidade Chapéu Mangueira. O quintal da casa de Janaína, na Ladeira Ary Barroso, será o palco da festa.
Da esquerda para a direita%3A Larissa%2C Fabiana%2C Hygor%2C Janaína e NiltonPaulo Araújo / Agência O Dia


“Essas crianças quase nunca são vistas nas praias, nos shoppings, nas ruas, em celebrações. Mas elas existem. Ficava incomodada com isso. Por isso optei por agir e não sentir pena”, explica Janaína, que conta com ajudas isoladas de pessoas que também enfrentam a mesma situação na família, como a amiga Fabiana Monteiro, de 39 aos, e Liu Mesquita, que sempre se veste de Papai Noel para alegrar os jovens. 

Publicidade
“Este ano não será diferente. Estarei lá, me passando pelo `bom velhinho´ mais uma vez”, promete Liu, pai de Brenda, 18, portadora de paralisia cerebral. Os `guardiões de anjos´, como são conhecidos, contam que nos últimos anos a ideia se espalhou para outras comunidades. 
“Agora tentamos patrocínios de mais roupas, brinquedos e até alimentos, para crianças especiais que passaram a vir também de outras favelas, como Rocinha, Manguinhos e Jacarezinho. Sem contar com dezenas de crianças que não são portadoras de deficiências, mas acabam atraídas pela animação”, ressalta Janaína, que ainda cria Nilton, de 8 anos, neto do marido.
Publicidade
Donativos
As celebrações envolvendo crianças excepcionais, na verdade, são panos de fundo para que Janaína e sua Ong alcancem outros objetivos no futuro. “Nossa intenção é incluí-las numa sociedade que ainda, infelizmente, é muito excludente. Nossos `anjos especiais´ necessitam de tudo, desde simples atenção, até melhor acolhida nos projetos de saúde e educação, que praticamente não existem ainda. Faltam creches e medicamentos, por exemplo”, lamenta Janaína.
Publicidade
Faltando pouco tempo para o almoço de Natal, Janaína ainda corre atrás de donativos. “Qualquer ajuda é bem-vinda, desde refrigerantes, até guardanapos, copos, talheres de plásticos e brinquedos, ou sorvete e picolés para sobremesa”, apela Janaína, que sempre faz questão de “prestar contas” depois para quem colaborou. “Todos os gastos são anotados direitinho. Quem ajuda sempre fica satisfeito em ter um retorno de como foi utilizada sua contribuição”, afirma. Os interessados aonda em ajudar a Ong para este evento é outros futuros. podem fazer contatos através do perfil no Facebook `SOS Anjos Especiais'