Por gabriela.mattos
Ferido no braço%2C Rafael contou ao DIA como tentou salvar a filhaDivulgação

Rio - "Gritei por socorro, mas tudo aconteceu muito rápido e não deu tempo”, contou ao DIA, com a voz embargada, o pedreiro Rafael Soares, de 34 anos, pai de Raphaelly Alvez Rocha da Silva, de 10 meses, atingida por um rojão na laje de sua casa, durante uma festa na virada de ano na Taquara, Zona Oeste do Rio. A polícia identificou um suspeito na investigação sobre o caso. O homem está sendo procurado e, se for confirmada a autoria, será indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O Código Penal prevê detenção de um a três anos para esse tipo de crime.

De acordo com o delegado da 32ª DP (Taquara), Rodolfo Waldeck, resta apenas o resultado da perícia para indiciá-lo. “Faltam peças técnicas nesse caso, como por exemplo uma perícia na casa onde aconteceu o acidente. A partir daí a gente vai poder fazer o indiciamento”, explicou.
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O pai de Raphaelly, que também ficou ferido, lamentou a morte da filha e disse que houve um ‘blackout’ antes do acidente (veja depoimento ao lado). Ele ainda chegou a correr para levar a filha para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas a menina teve os dois pulmões perfurados e não resistiu. Já Rafael sofreu ferimentos leves, foi medicado e recebeu alta na madrugada de domingo. O corpo da bebê foi enterrado segunda-feira, no Cemitério de Inhaúma.
A menina era filha única de Rafael e a mulher, a balconista Vanessa Marciana, 35. De acordo com uma tia de Raphaelly, que não quis se identificar, Vanessa não pode ter mais filhos porque durante o parto pegou uma bactéria hospitalar e teve que retirar o útero e os ovários.
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Caso Santiago
Em 6 de fevereiro de 2014, o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, de 49 anos, morreu depois de ser atingido na cabeça por um rojão enquanto cobria manifestação no Centro do Rio. Acusados de soltar o explosivo, os jovens Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, de 23 anos, foram denunciados pelo Ministério Público pelo crime de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e uso de explosivo). A pena para o crime varia entre 12 e 30 anos de prisão. Mas em 2015, a acusação foi desclassificada e os dois acabaram sendo soltos, após 13 meses de prisão.
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'Não deu para salvar minha filha’
?Rafael Soares, pedreiro, 34 anos, pai de Raphaelly
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“Quando deu meia-noite, eu tinha dado ‘feliz Ano Novo’ ao pessoal e fui até a laje da minha casa para mostrar os fogos para minha filha. Nessa hora deu um blecaute, eu fui entrar com ela em casa e vi vindo na minha direção uma bola de fogo, que me pegou na lateral. Achei que tivesse perdido meu braço. Naquele momento, joguei minha filha no chão, para tentar salvar ela (sic). Gritei por socorro, mas tudo aconteceu muito rápido e não deu tempo.”
?Reportagem da estagiária Marina Cardoso
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