Os constantes assaltos fazem com que passageiros e pedestres que ficam em pontos de ônibus adotem diferentes medidas. “Ando com pouco dinheiro e fico com a bolsa grudada ao corpo”, afirmou uma passageira, que pediu para não ser identificada. “Fui assaltada e levaram meu dinheiro para pagar contas. Cortaram a luz da minha casa por conta do atraso”, afirmou Ana Lúcia Souza Carlos, 47 anos, em um registro de ocorrência na delegacia de São João de Meriti, em outubro, confeccionado um mês após o roubo.
Os locais onde embarcam e desembarcam os criminosos são de conhecimento de quem frequenta constantemente as linhas. “Perto da Casa do Alemão, de shoppings e favelas eles desembarcam. Os assaltos duram menos de 3 minutos. Normalmente entram com bonés ou casacos, mostram a arma e fazem ameaças”, disse um motorista, que pediu para não ser identificado.
O despachante de empresa de ônibus Ronister Fergil, 36 anos, disse que já não usa um celular moderno. “Fui assaltado três vezes ano passado. Duas delas enquanto estava no ponto, trabalhando. Eles (assaltantes) desceram do ônibus, que já tinham assaltado. Agora, não uso mais o Whatsapp na rua. Isso prejudica o trabalho porque fica difícil me comunicar com os outros fiscais”, afirmou.
Procurada, a Polícia Rodoviária Federal afirmou, em nota, que há subnotificação no crime de roubos a ônibus. “É muito comum as vítimas não registrarem a ocorrência, o que não é de forma alguma recomendável. Mesmo que sejam objetos de pequeno valor, como anéis, relógios, celulares, entre outros. Além de auxiliar no direcionamento do trabalho policial, é importante para responsabilizar criminalmente os bandidos presos. Já houve um caso, no ano passado, em que prendemos um assaltante de coletivos que agia na região de São Gonçalo e cerca de 15 dias depois prendemos o mesmo bandido praticando o mesmo crime. Portanto, no dia em que for preso, ele responderá por todos os crimes cometidos, aumentando assim a sua pena e ficando mais tempo preso”.
Tiroteio no domingo