Registro à moda antiga em delegacias sem sistema
Ocorrências na Polícia Civil estão sendo feitos de forma manual. Sem acesso ao banco de dados, não dá para buscar antecedentes criminais, por exemplo
Rio - As delegacias do Rio estão sem sistema digital desde a noite de quarta-feira. Com a queda, o trabalho dos funcionários precisa ser feito via plano de contingência, ou seja, de forma manual, sem acesso ao banco de dados da Polícia Civil. Profissionais avaliam que, dada a falta de manutenção dos equipamentos, é possível haver um colapso no sistema, com perda total de informações.
“O risco é perdermos toda a informação acumulada em décadas. É um risco real”, aponta o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol-RJ), Rafael Barcia Sarnelli Lopes. Como os registros não estão indo diretamente para o sistema, o trabalho feito agora precisará ser repetido quando o sistema voltar. E ainda não há data de previsão para isso.
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A Polícia Civil informou que o Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações da Polícia Civil registrou um problema com o banco de dados central. E que equipes técnicas estavam trabalhando para restabelecer o serviço.
Para o presidente do sindicato, o problema é gravíssimo, mesmo que a população não sinta um efeito tão imediato. “O impacto nos índices de violência de se abrir mão da inteligência é muito grande. O grande capital da Civil é a informação, nosso banco de dados tem grande valor”, diz. O sistema da corporação abastece o Tribunal de Justiça, o Instituto de Segurança Pública e a Secretaria de Segurança, que acabam prejudicados.
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Os atendentes das delegacias são, na maioria das vezes, terceirizados. Contratados pela Prol, muitos acusam a empresa de estar há sete meses sem pagar salários. Tanto que poucos estão indo trabalhar. “Quem vai, só está indo por vontade de ajudar. Não têm dinheiro nem para a passagem”, comenta Rafael Barcia Sarnelli Lopes.
?Reportagem do estagiário Caio Sartori