Por gabriela.mattos
Rio - As delegacias do Rio estão sem sistema digital desde a noite de quarta-feira. Com a queda, o trabalho dos funcionários precisa ser feito via plano de contingência, ou seja, de forma manual, sem acesso ao banco de dados da Polícia Civil. Profissionais avaliam que, dada a falta de manutenção dos equipamentos, é possível haver um colapso no sistema, com perda total de informações.
“O risco é perdermos toda a informação acumulada em décadas. É um risco real”, aponta o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol-RJ), Rafael Barcia Sarnelli Lopes. Como os registros não estão indo diretamente para o sistema, o trabalho feito agora precisará ser repetido quando o sistema voltar. E ainda não há data de previsão para isso.
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A Polícia Civil informou que o Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações da Polícia Civil registrou um problema com o banco de dados central. E que equipes técnicas estavam trabalhando para restabelecer o serviço. 
Para o presidente do sindicato, o problema é gravíssimo, mesmo que a população não sinta um efeito tão imediato. “O impacto nos índices de violência de se abrir mão da inteligência é muito grande. O grande capital da Civil é a informação, nosso banco de dados tem grande valor”, diz. O sistema da corporação abastece o Tribunal de Justiça, o Instituto de Segurança Pública e a Secretaria de Segurança, que acabam prejudicados.
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Os atendentes das delegacias são, na maioria das vezes, terceirizados. Contratados pela Prol, muitos acusam a empresa de estar há sete meses sem pagar salários. Tanto que poucos estão indo trabalhar. “Quem vai, só está indo por vontade de ajudar. Não têm dinheiro nem para a passagem”, comenta Rafael Barcia Sarnelli Lopes.
?Reportagem do estagiário Caio Sartori