Por thiago.antunes

Rio - A reação de dois policiais militares à paisana, que balearam um suspeito durante assalto a um motociclista no Maracanã, trouxe à tona um velho problema enfrentado por moradores do bairro: a insegurança.

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, somente em janeiro foram registrados 42 roubos de veículos na região, o que representa um aumento de 121% quando comparado aos 19 casos contabilizados no mesmo período do ano anterior.

Ontem%2C pela manhã%2C cápsula deflagrada continuava no chão da Rua São Francisco Xavier%2C no MaracanãEstefan Radovicz / Agência O Dia

A ação, que ocorreu por volta das 19:20h de quarta-feira, a poucos metros do Estádio do Maracanã, foi registrada em vídeo por uma testemunha. Mesmo com uma grande movimentação de carros e pedestres por conta do jogo entre Flamengo e San Lorenzo, pela Libertadores, marcado para aquela noite, quatro bandidos em duas motos assaltaram um motociclista que estava parado no sinal entre as ruas Radialista Waldir Amaral e São Francisco Xavier.

Além de levarem a moto, os bandidos tentaram roubar o casaco da vítima, que não ofereceu resistência. A movimentação chamou a atenção do major Alexandre Silva Frugoni de Souza, que passava pelo local. Ele, que é comandante da UPP do Fallet, no Catumbi, voltava para casa acompanhado do cabo da PM Heitor de Lima Gonçalves.

Ao notarem que se tratava de assalto, os PMs atiraram sete vezes contra os assaltantes. Um dos suspeitos, identificado como Diogo da Silva Barboza, de 25 anos, foi baleado, e está preso sob custódia no Hospital Municipal Souza Aguiar. Os outros três fugiram.

Roubos sobem 121%

O oficial acredita que a sua reação foi bem sucedida. “Foi a primeira vez que tive de intervir em um assalto em andamento. Conseguimos evitar que inocentes saíssem feridos. A vítima me agradeceu e os populares que passavam pelo local elogiaram a minha atuação”, comentou.

Segundo Frugoni, testemunhas afirmaram que os bandidos tinham realizado outros roubos na região. Uma das motos utilizadas no assalto foi abandonada pelos bandidos e recuperada pela polícia.

'O comandante prometeu reforçar o patrulhamento %2C mas nada mudou. Estamos reféns dos bandidos'%2C disse Francisco Darismar%2C comerciante da regiãoEstefan Radovicz / Agência O Dia

O DIA esteve no local do assalto, ontem de manhã, e encontrou duas cápsulas de revólver no chão. O morador que filmou a ação de dentro do apartamento contou que tinha a intenção de registrar a chegada dos torcedores do Flamengo. Ele afirma que os assaltos são diários na região.

“Na terça-feira um bandido chegou a disparar tiro de fuzil, por volta das 2h30, para assaltar um carro. Além de crimes contra motoristas e comerciantes, os assaltantes também atacam os pedestres. Durante a Olimpíada havia um policial em cada esquina. Agora, não vemos nenhum. O bairro está abandonado”, criticou o caminhoneiro Gianuzzi Ettore, de 46 anos. Ele comentou que já acionou o 4ª BPM (São Cristóvão) pelo menos cinco vezes, mas a resposta da PM é sempre a mesma: falta de efetivo.

A PM informou que o policiamento no bairro do Maracanã é feito com rondas em viaturas e com duplas de PMs em motos, além de contar com uma base instalada no entorno do estádio. Entre outubro de 2016 e fevereiro de 2017, o batalhão diz que realizou 24 prisões e 11 apreensão de menores na região.

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