Por tabata.uchoa

Rio - A gente tem tanta pressa, no dia a dia, que mal se observa. Menos ainda aos que estão ao nosso redor, não é verdade? Só que não é bom vivermos dessa forma. Deus nos criou para vivermos em comunidade, porque sabia que, dessa forma, seríamos mais felizes. Juntos, uns dos outros, encontramos o auxílio necessário, diante dos desafios da vida. Mas, hoje, a indiferença ao que nosso irmão vive, infelizmente, parece predominar.

Por isso mesmo é tão lindo notarmos, ao ler o Evangelho deste domingo, o quanto Jesus é atencioso à necessidade até de quem Ele não conhece. Veja:
“Ao passar, Jesus viu um homem cego de nascença. E cuspiu no chão, fez lama com a saliva e colocou-a sobre os olhos do cego. E disse-lhe: ‘Vai lavar-te na piscina de Siloé’ (que quer dizer: Enviado). O cego foi, lavou-se e voltou enxergando”. (Jo 9,1; 6-7)

O homem sequer pede algo ao Senhor! Mas, mesmo assim, Ele se compadece da situação em que ele vive. Não é indiferente. Jesus toma a iniciativa porque sabe que, conforme o pensamento da época, a cegueira é considerada um castigo divino, pelos próprios pecados ou pelos pecados dos seus antepassados, e isso é um grande fardo emocional e psicológico, além de espiritual. E Jesus é tão bom, tão misericordioso que não se limita somente à cura física: Ele quer a cura do homem por inteiro! Por isso mesmo se utiliza do simbolismo de dois elementos, a terra e a saliva, que formam o barro e remetem à criação do ser humano, para deixar claro que Sua ação visa recriar a pessoa, oferecendo nova vida. É interessante destacar, também, que, à época, acreditava-se que a saliva transmitia a energia vital da pessoa. Assim, Jesus anunciava a todos que Sua energia divina possibilitava aquela cura.

No entanto, a graça divina não exclui o empenho humano. E por isso o cego precisa ir lavar-se, obedecendo livremente à palavra do Senhor, que, então, ilumina aquela existência por completo. Dizer “não” à indiferença é sempre um “sim” a graças para a vida de outras pessoas — já pensou nisso?

Padre Omar é o Reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado. Faça perguntas ao Padre Omar pelo e-mail padreomar@padreomar.com. Acesse também www.padreomar.com e www.facebook.com/padreomarraposo

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