Por karilayn.areias

Rio - O Cristo Redentor, do alto do Corcovado, nos aponta sinais: os braços abertos propagam ao mundo a cultura do acolhimento e da solidariedade, segundo a qual ninguém deve ser considerado inútil, intruso ou descartável.

Já pararam para refletir sobre a beleza da expressão ‘acolhimento’? Muitos pensam como sinônimo de hospedagem e hospitalidade, mas vai além: acolher é proteger, confortar, amparar. Mais do que uma expressão, é uma atitude. E não necessariamente num espaço, ou em uma moradia. O acolhimento se integra a toda realidade antropológica.

Na semana passada, por ocasião do Dia Mundial do Refugiado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) divulgou número alarmante: perseguições, conflitos e violência provocaram, no fim de 2016, a fuga de 65 milhões pessoas em todo o mundo.

Atualmente, a crise econômica e os conflitos armados levam milhões de pessoas a emigrar. No entanto, migrações não são fenômeno novo; pertencem à história da humanidade. Desde os episódios bíblicos, como o de Abraão, do povo de Israel e da própria família de Jesus, essa realidade já existia. Não há povo que não tenha conhecido o fenômeno migratório.

A revelação bíblica encoraja a recepção do estrangeiro, motivando-a com a certeza de que, assim fazendo, abrem-se as portas a Deus e, no rosto do outro, manifestam-se os traços de Jesus Cristo.

Preocupado, o Papa Francisco insiste na cultura do acolhimento. Alerta que não se pode reduzir as migrações à dimensão política, às implicações econômicas e territoriais. Segundo ele, estes aspectos são complementares da defesa e promoção da pessoa humana, da cultura do encontro dos povos e da unidade, onde o Evangelho da misericórdia inspira e estimula itinerários que renovam e transformam a humanidade.

Que saibamos sempre, inspirados pelo Redentor, acolher o outro: o refugiado, o próximo, o diferente. Que possamos abrir nossos corações para a cultura do acolhimento, pois acolher o outro é acolher o próprio Deus.


Padre Omar: é o Reitor do Santuário
do Cristo Redentor do Corcovado.
Faça perguntas ao Padre Omar pelo e-mail padreomar@padreomar.com.
Acesse também www.padreomar.com e www.facebook.com/padreomarraposo

Você pode gostar