Por cadu.bruno

Rio - Quem está endividado, seja por conta do desemprego - que no Rio de Janeiro atinge 1,3 milhão de pessoas, segundo o IBGE - ou devido à a crise econômica que assola o país, deve ter um alento no começo do próximo ano. É quando passarão a valer novas regras bancárias para melhorar a negociação com clientes inadimplentes. Casos de desempregados, divorciados, doenças ou morte na família terão tratamento especial por parte das instituições financeiras. Pelo menos essa é a orientação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que divulgou novas normas para facilitar a negociação de dívidas e evitar calotes.

A expectativa, segundo a Febraban, é reduzir as perdas e as disputas judiciais com devedores, além de evitar que os clientes se afundem ainda mais em dívidas e entrem na legião de inadimplentes. Pesquisa do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que são hoje mais de 59,4 milhões de endividados com alguma conta em atraso.

Expectativa é reduzir perdas e disputas judiciais com devedoresArte O Dia

"Não é uma padronização. Cada banco terá liberdade para estabelecer procedimentos, prazos e taxas. A ideia é que as instituições que ainda não possuem política de negociação de dívidas com os clientes, inclusive os adimplentes (que devem, mas pagam em dia), passem a tê-la, seguindo recomendações da norma da Febraban", afirma Amaury Oliva, diretor de autorregulação da entidade.

Ao todo, 18 bancos devem aderir às medidas, entre eles os cinco maiores: Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander, que terão 180 dias para se adaptar às medidas.

As instituições também deverão ficar de olho nos clientes que ainda pagam as contas em dia, mas estão com tantas prestações que passar a inadimplentes a qualquer momento. A meta com as novas normas é resolver questões ligadas ao endividamento antes que cheguem às entidades de defesa do consumidor e à Justiça.

Economista do Ibmec e da Fundação D. Cabral, Gilberto Braga vê a iniciativa de forma positiva. Segundo ele ajudará o endividado antes que fique em situação difícil."É uma mudança conceitual. Dessa vez a ideia é fidelizá-lo e mantê-lo como parceiro para o resto da vida", avalia.

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