Por karilayn.areias

Rio - As favelas serão incluídas nos próximos mapas turísticos da cidade do Rio. A informação foi confirmada pelo diretor jurídico da Riotur, Christian Teixeira, nesta quinta-feira, em audiência pública da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Segundo Christian, a instituição está em contato com o Instituto Pereira Passos, órgão responsável pela criação do mapa oficial do município, para corrigir as imperfeições na publicação. 

Audiência pública da Comissão de Turismo da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj)Divulgação

Os mapas temáticos digitais serão trocados imediatamente e os físicos vão ser corrigidos quando a Riotur tiver recursos suficientes para produzir uma nova tiragem. Ainda de acordo com Christian, devido a problemas financeiros, a Riotur teve que utilizar mapas que já existiam desde 2013 para colocar nos novos postos de atendimento aos turistas inaugurados nos últimos meses.

“A nova gestão da Riotur, que iniciou os trabalhos em janeiro deste ano com a posse do prefeito Marcelo Crivella, nunca excluiu as favelas das políticas públicas de turismo. Somente não tínhamos dinheiro para criar novos mapas e por isso imprimimos os que foram criados para os grandes eventos do Rio, com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016”, justificou.

A reunião foi um pedido da deputada Zeidan (PT). Ela acredita que seja fundamental investir em turismo nas favelas para criar empregos e dinamizar a economia local. “A alta temporada de turismo do Rio vai chegar com o verão. É necessário que a Riotur inclua os principais pontos das favelas no mapa de turismo da cidade, já que muitos turistas têm o desejo de conhecer a população e os costumes da população das comunidades", afirmou a parlamentar.

Além da inclusão das favelas nos mapas, o presidente do Fórum de Turismo da Rocinha, Ailton Macarrão, também pediu um programa de governo para ajudar na capacitação dos profissionais. “O turismo é fundamental para diminuir a lacuna existente entre as favelas e o asfalto. Investir no setor é muito importante para melhorar a qualidade de vida da população local e gerar novos empregos”, disse Ailton.

Integrante do coletivo de guias do morro Santa Marta, na zona sul, Gilson da Silva, mais conhecido como Fumaça, ressaltou que o turismo salvou sua vida. “Eu fui preso em 1996 por conta de um assalto a mão armada. Saí da cadeia dois anos depois, mas não conseguia um emprego decente. Somente em 2010, com o projeto de turismo no Santa Marta, que eu tive dignidade. Já fiz várias cursos e conheci diversos lugares. O turismo salvou minha vida”, contou.

Você pode gostar