Rio - Abalado, o pai do menino Vitor Gabriel Matheus Leite Coelho, de apenas 3 anos — atingido por um tiro na cabeça quando brincava dentro de casa no bairro São Matheus, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na última segunda-feira — fez um desabafo. "Isso precisa acabar. Peço aos bandidos que guardem as suas armas e não disparem tiro à toa, pois a munição que vai para o alto tem que cair em alguma lugar. Assim como caiu na cabeça do meu filho, a bala pode atingir outra criança ou um adulto", disse Anderson Neves de Oliveira, de 56 anos, que acredita que alguém tenha atirado para o alto.
Segundo Anderson, no momento em que o filho foi ferido pelo projétil não estava tendo tiroteio na comunidade. "Não tinha tiro. Nem os vizinhos escutaram o barulho de tiro. Foi só mesmo esse negócio (o projétil) que entrou pelo telhado e atingiu meu filho dentro de casa", continuou.
Matheus está internado em estado gravíssimo no Hospital Geral de Nova Iguaçu. A criança passou por uma cirurgia para limpeza da ferida, mas a bala ainda está alojada na cabeça. Segundo o médico que está cuidando de Matheus, Joé Sestelo, são poucas as chances do menino sobreviver sem nenhuma sequela.
Ao O DIA, o médico também desabafou sobre a crise na segurança do Rio e relatou, que apenas esse ano, o Hospital Geral de Nova Iguaçu já atendeu 579 pessoas baleadas. "Isso choca, porque você se pergunta onde está seguro... O menino estava em casa, com a família, sem tiroteio ao redor. Se dentro de casa você não está seguro onde estará?", questionou o médico.
O caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti). De acordo com a o comando do 21º BPM (São João de Meriti), não havia nenhuma operação ou ocorrência no bairro, onde fica a comunidade Buraco Quente. A Polícia Civil ainda não deu informações sobre o caso.
