Por thiago.antunes

Rio - A Prefeitura do Rio estipulou o prazo de 20 dias para acabar com o comércio ambulante irregular nas calçadas e reduzir os índices de violência dos bairros de Copacabana e Leme. A promessa foi feita pelo secretário municipal de Ordem Pública (Seop), Paulo César Amendola, durante a assinatura do decreto que criou o projeto Rio + Seguro, ontem pela manhã, no Palácio da Cidade. O programa, que entrará em vigor neste domingo, prevê o reforço de 240 agentes nas ruas, sendo 120 guardas municipais e 120 PMs, que serão pagos pela prefeitura para trabalhar nas folgas. O investimento será de R$ 800 mil por mês. Parte dos recursos serão custeados pelo Fundo de Ordem Pública.

De acordo com Amendola, como Leme e Copacabana possuem movimentada vida noturna, a prefeitura atuará durante 24 horas. "O programa será permanente, descontínuo, diuturno e vai funcionar nessa integração com a polícia preventiva e a polícia civil até o momento em que os infratores resolverem parar de agir. Quando eles (criminosos) saírem nós reduziremos o efetivo e partiremos para outras áreas", prometeu.

Segundo o prefeito%2C Copacabana e Leme foram escolhidos para receber o projeto piloto para atender demanda de moradores e turistasDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Além da atuação em conjunto da PM e da GM no patrulhamento, o programa Rio Seguro prevê o monitoramento dos bairros por meio das 54 câmeras do Centro de Operações da Prefeitura do Rio (COR) e a troca de informações entre os agentes da GM que atuam no Núcleo de Videopatrulhamento e os investigadores da 12ª DP e 13ª DP, que ficam em Copacabana. O monitoramento dos bairros já havia sido intensificado em julho deste ano, conforme O Dia noticiou. "Quando se recebe esse aporte na segurança, temos mais condições de combater os delitos. A Guarda Municipal entra nesse projeto de integração podendo nos ajudar nos inquéritos com informações", ressaltou o delegado Gabriel Ferrando, titular da 12ª DP. Os dados de inteligência também serão compartilhados com investigadores da Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat).

A área de atuação dos agentes será definida conforme a mancha criminal dos bairros registrada pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Os agentes serão monitorados por meio do GPS dos seus celulares e serão deslocados para as ocorrências de acordo com a sua localização. Através dos smartphones, os agentes irão receber informações em tempo real sobre as operações e a foto dos suspeitos.

Segundo o prefeito Marcelo Crivella, Copacabana e Leme foram escolhidos para receber o projeto piloto para atender uma demanda dos moradores e pela quantidade de turistas que circulam na região. Ele comentou que o aumento no valor do IPTU contempla o projeto. "Amanhã quando chegar o carnê (do IPTU), teremos a consciência que esses recursos estão sendo gastos com a nossa segurança e segurança das nossas crianças e de nossas famílias", disse Crivella, que prometeu expandir o programa para outros bairros. Segundo o prefeito, lâmpadas LED que filmam rosto de suspeitos serão adquiridas.

Incidência de roubos em CopacabanaArte%3A O Dia

Morador pede ampliação do programa 

O Secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Pedro Fernandes, ressaltou que será criado um mutirão que irá atuar pelo menos uma vez por semana no acolhimento de pessoas em situação de rua na Zona Sul e no Centro. A vice-presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Copacabana, Ângela do Rio elogiou a iniciativa. "As pessoas estão meio desacreditadas, mas eu acho que ao longo do tempo, vendo o resultado do programa, o impacto será muito bom. O bairro vai voltar a ter a vida noturna que sempre teve. Hoje em dia quando você sai à noite, está deserto, com as pessoas trancadas dentro de casa".

A aposentada Marli da Luz Furtado, 71, elogiou o programa. "Copacabana está precisando de reforço policial, pois está muito violento à noite. Mas os bairros do Flamengo e Largo do Machado também precisam ser contemplados", cobrou. A doméstica Araci dos Santos, 70, disse que deixou de sair à noite em Copacabana.

O comerciante Antonio Foicinh, 55, concorda que os bairros carecem de outros serviços. "Não somos contra os ambulantes, eles precisam trabalhar. A prefeitura tem que conservar as calçadas, que estão esburacadas", reclamou. Já a doméstica Cleibiane Cavalcanti, 30, pediu a ampliação do programa. "Todos os bairros precisam de patrulhamento. Só temos a sensação de segurança durante grandes eventos", reclamou.

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