Além dos 11 celulares e drogas apreendidos, havia nas prisões, carregadores e estoques (facas improvisadas) - divulgação
Além dos 11 celulares e drogas apreendidos, havia nas prisões, carregadores e estoques (facas improvisadas)divulgação
Por ADRIANA CRUZ

Rio - Palco de uma rebelião no dia 18, a Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, voltou a passar por um pente-fino ontem. Desta vez, a ação foi comandada pelo juiz Bruno Monteiro Rulière, da Vara de Execuções Penais (VEP), que incluiu ainda o Presídio João Carlos da Silva. Sem distinguir em quais unidades o material foi encontrado, o Tribunal de Justiça informou que foram apreendidos 11 telefones celulares, acessórios como carregadores, e cerca de 20 estoques (armas brancas), além de drogas, como maconha, haxixe e cocaína e cadernos com anotações sobre a contabilidade de venda de drogas.

Desde o motim, o Milton Dias Moreira se transformou na unidade mais visada. Foi alvo da maior varredura feita com o apoio do Exército que envolveu 250 militares, dia 21. Na ocasião foram apreendidos 48 celulares, 205 papelotes do que seria cocaína, 151 invólucros de erva seca e três tabletes de maconha dois dias depois como O DIA publicou com exclusividade ontem os agentes penitenciários recolheram mais uma granada de efeito moral. O que mostra que além do aparato militar é preciso investimentos em equipamentos o raio-x estava quebrado e rigor na apuração do caso pela Corregedoria.

Apoio da PM

Ontem, a operação comandada pelo juiz Bruno Monteiro Rulière contou apenas com o apoio da Polícia Militar. O trabalho de fiscalização durou quase quatro horas nas duas unidades que abrigam 4.200 internos. Ao assumir o Ministério Extraordinário da Segurança Pública terça-feira, Raul Jungmann declarou que o sistema carcerário é escritório do crime organizado, mas não explicou qual a estratégia para mudar a realidade nas cadeias.

No Rio, com a falência do governo, há mais de um ano a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) enfrenta problemas com a inadimplência da pasta, principalmente, com os fornecedores de alimentação, cuja falta pode provocar rebeliões, e dificuldade no transporte de presos, já que apenas oito das 36 viaturas estão em condições de funcionamento. A população carcerária chega a quase 52 mil presos.

Desde o início da intervenção militar, o interventor federal general do Exército, Walter Souza Braga Netto, só até agora pediu à Seap, Chefia da Polícia Civil, Comando da PM Defesa Civil, que inclui os bombeiros, e a integrantes da Secretaria de Segurança diagnóstico sobre cada um dos órgãos. Nas reuniões, os militares ouvem, mas não compartilham ainda sobre quais são as estratégias que serão implementadas na área administrativa e operacional. Sucateamento da frota, mais de 2 mil policiais cedidos da PM a outros órgãos e a derrocada das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) são apontados como os principais problemas.

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