Rio - A intervenção na segurança feita pelo governo federal será comandada pelo general do Exército Walter Braga Netto. Ele é tido como um parceiro das polícias do Rio, com quem liderou o planejamento da segurança das Olimpíadas do Rio, em 2016, ano em que assumiu o Comando Militar do Leste (CML), em setembro.
O general Braga Netto é mineiro de Belo Horizonte e tem perfil de combatente, sempre atuando no setor operacional. Ao longo da carreira comandou o 1º Regimento de Carros de Combate e foi chefe do Estado-Maior da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e do Comando Militar do Oeste.
Nas Olimpíadas, atuou como Coordenador-Geral da Assessoria Especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do CML. Antes de assumir o CML, ele foi comandante da 1ª Região Militar (Região Marechal Hermes da Fonseca). Braga Neto possui 23 condecorações nacionais e quatro estrangeiras.
Na cerimônia de sua posse, o oficial foi elogiado pelo ministro da Justiça, Raul Jungmann. "O general Braga Netto conhece profundamente a realidade dos estados sob a jurisdição do CML. É um militar extremamente preparado e que tem se distinguido ao longo de sua carreira”, disse o ministro.
A intervenção federal na segurança pública do Rio foi decidida no início da madrugada desta sexta-feira em uma reunião com ministros e parlamentares. O decreto que regulamenta a medida foi assinado na tarde desta sexta-feira pelo presidente Michel Temer em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do governador Luiz Fernando Pezão e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Durante a intervenção, prevista para durar até 31 de dezembro, o general Walter Braga Neto assume o comando dos órgãos estaduais de Segurança e Inteligência — entre eles Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Administração Penitenciária — e reponderá diretamente ao presidente Temer.
O decreto de intervenção será submetido ao Congresso. O presidente do Congresso, Eunício Oliveira (MDB-CE), deve convocar sessão conjunta para que as duas Casas Legislativas aprovem ou rejeitem a intervenção em dez dias.
A Constituição prevê que, em caso de intervenção federal, nenhuma proposta de emenda constitucional pode ser votada. Para não atrapalhar a votação da reforma da Previdência, o governo avalia suspender temporariamente o decreto de intervenção para permitir a votação.
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