Sob sol forte, os militares das Forças Armadas ocuparam todas as passarelas do Aterro do Flamengo para a visita do presidente Michel Temer ao Palácio GuanabaraAlexandre Brum / Agencia O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO
Publicado 17/02/2018 20:15 | Atualizado 17/02/2018 22:34

Rio - Um dia após a assinatura do decreto de intervenção federal na Segurança Pública do estado, os militares amanheceram em ruas da Zona Sul e Centro, e muita gente pensou que se tratava de um novo esquema de policiamento para a cidade com soldados das Forças Armadas. Só que não. Era apenas o esquema de segurança para a chegada do presidente Michel Temer, que veio ao Rio para reunião sobre a intervenção no Palácio Guanabara, com o governador Luiz Fernando Pezão, ministros e a cúpula da área de Segurança. O prefeito Marcelo Crivella também esteve no encontro.

O aparato militar foi montado entre o Aeroporto Santos Dumont, no Centro, até Botafogo e Laranjeiras, trajeto que Temer faria. O presidente, no entanto, acabou se deslocando até o Clube Fluminense, ao lado do Palácio Guanabara, em Laranjeiras, de helicóptero e não passou por ali. Muitos cariocas, ao saberem que os militares não continuariam no patrulhamento e que a mobilização não fazia parte da intervenção, se frustraram.

"Como os soldados estão aqui hoje, o bairro está tranquilo. Mas daqui a pouco vai voltar tudo ao normal, com os assaltos e roubos que acontecem todo dia", disse o auxiliar de encarregado José Eradir Rodrigues Dias, de 33 anos, ao lado de um tanque, na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, após ser avisado pela equipe de reportagem que o patrulhamento especial era para a visita do presidente.

Em todas as passarelas do Aterro do Flamengo, sob o sol forte, havia homens do Exército fortemente armados. Perto dali, na Praia do Flamengo, sentado e tomando uma cerveja, o aposentado Agostinho Furlan, 63, olhava desconfiado sobre a presença dos militares. "Hoje eles vão embora. Na outra semana, sabe-se lá se devem voltar. É difícil dizer se essa intervenção vai ajudar em alguma coisa. Ainda não se sabe como será essa ação", reclama Agostinho.

Além do patrulhamento na trecho do Santos Dumont até Laranjeiras, viaturas das Forças Armadas circularam nas principais vias da cidade, como avenidas Presidente Vargas e Brasil, linhas Vermelha e Amarela, além da Rodovia Washington Luiz (BR-040). O coronel Roberto Itamar, porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), confirmou que os militares estavam em regiões estratégicas da cidade por causa da visita de Temer. "Os militares estão ao longo do itinerário que o presidente fará", afirmou. Nas últimas visitas de Michel Temer ao Rio, no entanto, não houve todo esse aparato de segurança.

A votação do decreto da Intervenção na Segurança do Rio foi marcada para amanhã, às 19h, na Câmara dos Deputados, e depois segue para o Senado. A expectativa é de que seja aprovado nas duas Casas.

Para Maia, expectativa é de que custos sejam da União
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Presidente cria Ministério da Segurança
O presidente Michel Temer anunciou ontem a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública. Para a criação da pasta, o Ministério da Justiça será desmembrado. "O (novo) ministério coordenará o trabalho, mas não vai invadir as atribuições dos estados", disse Temer. O texto que oficializará a medida já está na Casa Civil.
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Temer chegou ao Palácio Guanabara acompanhado dos ministros da Fazenda Henrique Meirelles, chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Moreira Franco, e o da Defesa, Raul Jungmann por volta do meio-dia. A comitiva do presidente foi recebida por Pezão e pelo prefeito Marcelo Crivella, que voltou na sexta de viagem à Europa.
Na reunião para tratar da intervenção federal na Segurança do estado, não foram discutidas ações concretas com vistas ao controle da violência nem detalhes operacionais. O interventor, general de Exército Walter Souza Braga Netto, não anunciou nomeações e, ao que tudo indica, o comandante da PM, coronel Wolney Dias, que estava presente, será mantido no cargo por enquanto. Seu superior, o secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, foi exonerado na sexta, diante do anúncio da intervenção.
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