General Antônio Hamilton de Mourão fez críticas à intervenção no Rio de Janeiro e à classe políticaWILTON JUNIOR / ESTADÃO
Por
Publicado 21/02/2018 03:00

Rio - Novos tempos. Velhas táticas. Cinco dias após o anúncio da intervenção federal no Rio, tropas estaduais e federais voltaram a realizar uma grande operação com resultados pequenos.

Ainda sob o comando da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), policiais e militares das Forças Armadas fizeram a maior operação conjunta de combate ao crime no estado, desde julho de 2017, quando foi assinado o decreto presidencial de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para ações em apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública no Rio de Janeiro. Apesar de empregar cerca de três mil homens, a ação teve resultado modesto: 11 suspeitos presos, cinco pistolas, um revólver e seis granadas apreendidas. Além de um caminhão, dois carros, quatro motos, várias peças de carros, grande quantidade de drogas e munições.

A Seseg informou, por e-mail, que a ação não está vinculada à intervenção federal decretada na última sexta-feira. O Comando Militar do Leste (CML), por sua vez, esclareceu, em nota, que o processo de intervenção está em fase de preparação. "A equipe que trabalhará diretamente com o interventor está sendo formada e será anunciada nos próximos dias". No comunicado, o CML destaca que os órgãos de Segurança Pública estadual seguem funcionando normalmente, sem, no entanto, mencionar que o ex-secretário de Segurança, Roberto Sá, pediu para sair na sexta-feira, tão logo a intervenção federal foi anunciada.

Soldados do Exército, Marinha e Aeronáutica, além de policiais civis e militares, agentes da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), montaram pontos de bloqueio e fiscalização nas divisas do Rio com São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Os acessos às comunidades do Salgueiro e Jardim Catarina, em São Gonçalo, e Chapadão-Pedreira, na Zona Norte, foram bloqueados. Operações de cerco, desobstrução de vias e ações de estabilização para cumprimento de mandados foram realizados nas comunidades Kelson's, Cidade Alta, Pica-Pau, Cinco Bocas e Tinta. Também Angra dos Reis e Paraty receberam tropas. "É a maior operação em termos de abrangência de espaço desde o início da GLO, porque ela vem desde as divisas do Rio com outros estados até as comunidades", explicou o coronel Roberto Itamar, porta-voz do CML.

'Mandado não pode ser genérico'
Publicidade
Votação do decreto passa pelo Senado
Após ter sido aprovada na Câmara dos Deputados, em votação de seis horas, a intervenção federal foi apreciada pelo Senado na noite de ontem. Até o fim desta edição, senadores ainda discutiam o tema. O relator do decreto, senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), defendeu o remanejamento de recursos para que a operação de combate à violência no estado tenha eficácia. Após ser anunciado pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, Lopes leu em plenário o parecer recomendando a aprovação do decreto.
Publicidade
"Não dá para começar uma operação com esta magnitude e, no meio, a gente dizer que não alcançamos o que queríamos por falta de recursos. Se há um estado de exceção, então temos que dar todo empenho e sacrifício necessário para realizar este trabalho", afirmou Lopes, cuja base eleitoral é do Rio, a exemplo da relatora da votação de segunda na Câmara, deputada Laura Carneiro (MDB).
Ontem, em Itaguaí, o governador Pezão esteve com o presidente Michel Temer para dar início à montagem do primeiro submarino convencional do país. "Só ganhamos a guerra da segurança com carteira de trabalho assinada", afirmou Pezão.
Publicidade

Você pode gostar

Comentários

Publicidade

Últimas notícias