Jonas LopesPaulo Carneiro / Parceiro / Agência O Dia
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Publicado 22/02/2018 03:00 | Atualizado 22/02/2018 08:31

Rio - Ex-presidente do Tribunal de Contas Estado do Rio (TCE-RJ), Jonas Lopes de Carvalho Júnior afirmou ontem à Justiça que acertou uma mesada dos empresários de ônibus para os conselheiros do órgão na casa "com vista para o mar" do presidente afastado da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani (MDB), na Barra da Tijuca.

O suposto encontro teria ocorrido após o TCE ter feito uma devassa nas contas do Bilhete Único que atingiu empresas ligadas à Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio (Fetranspor). Lopes prestou depoimento em audiência da Lava Jato do Rio, na 7ª Vara Federal Criminal.

Segundo Lopes, ele teria sido chamado por Picciani, atualmente preso, depois que o TCE detectou R$ 90 milhões em créditos expirados do Bilhete Único. Na reunião também estaria José Carlos Lavouras, ex-conselheiro da Fetranspor, que teria oferecido R$ 70 mil de "mesada" para seis conselheiros do tribunal. "Esses pagamentos foram feitos através do meu filho (Jonas Lopes de Carvalho Neto)", disse, em depoimento. Jonas Lopes e seu filho fecharam acordo de delação premiada.

Em seu depoimento, o ex-presidente do tribunal disse que encontrou "diversas irregularidades" no setor de transportes. Contou ainda que chegou a avisar previamente o ex-governador Sérgio Cabral (MDB), atualmente preso em Curitiba, da auditoria que faria. O então governador tinha, segundo ele, "relacionamento forte" com os empresários de ônibus.

O advogado de Cabral alegou desconhecer o depoimento e não se pronunciou. A defesa de Lavouras disse as "acusações são mentirosas e a de Picciani "nega veementemente o que foi divulgado".

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