Veículos militares foram enviados a Japeri para a operação conjunta de varredura na penitenciáriaTânia Rêgo / Agência Brasil
Por ADRIANA CRUZ
Publicado 21/02/2018 22:34 | Atualizado 22/02/2018 10:22

Rio - A Segurança Pública do estado já está batendo continência. Sob o comando do General de Divisão Mauro Sinott Lopes, um dos homens fortes do interventor federal, general Walter Braga Netto, estão sendo realizadas reuniões desde segunda-feira, no Comando Militar do Leste (CML), para traçar um diagnóstico da situação de cada uma das pastas da área de segurança, bem como receber sugestões. Por enquanto, estão sendo discutidas apenas questões administrativas.

Na segunda-feira, o encontro foi com a Polícia Militar. Na terça, foi a vez da Chefia de Polícia Civil. O delegado Carlos Leba sentou frente a frente com o general Sinott. Fontes ouvidas pelo DIA contaram que Leba reclamou da falta de dinheiro e de pessoal, salientando a necessidade de concurso público para a instituição.

Ontem, a reunião foi com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). O secretário David Anthony e mais cinco subsecretários apresentaram um relatório com as principais demandas da pasta, além de levar propostas para reduzir a superlotação carcerária. Entre as preocupações da Seap, estão o pagamento dos fornecedores de alimentos à população carcerária (51 mil presos), cuja falta poderia gerar rebeliões, e a dificuldade no transporte de presos, já que apenas oito das 36 viaturas estão em condições de funcionar. Como proposta, apresentaram projeto para conclusão da obra de um presídio no complexo de Gericinó, com capacidade para 600 internos, que poderia desafogar outras unidades. Além disso, pediram investimentos no setor de informática.

Hoje a reunião é com o Corpo de Bombeiros e amanhã é a vez da Secretaria de Segurança Pública (Seseg), cujo titular, delegado federal Roberto Sá, foi exonerado. O resultado dos encontros serão apresentados ao general Walter Braga Netto, que chega ao Rio hoje de manhã, após passar a semana em Brasília. No final da noite de anteontem, o Senado Federal aprovou o decreto que autoriza a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, por 55 votos a favor, 13 contra e uma abstenção.

Ontem, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Milton Fernandes de Souza, reafirmou que a expedição de mandados de busca e apreensão coletivos está totalmente descartada. "É impossível a pessoa expedir um mandado para invadir um bairro inteiro", afirmou. O desembargador disse que torce pelo sucesso da intervenção e que a Justiça do Rio vai colaborar dentro do ordenamento jurídico.

Varredura em presídio da rebelião
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A varredura em busca de armas, aparelhos celulares e drogas na Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri palco de rebelião domingo contou, ontem, com um aparato e tanto do Exército. O pedido da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária aos militares foi feito com base na Garantia da Lei e da Ordem. A ação resultou na apreensão de 48 celulares, 205 papelotes de pó branco com característica de cocaína, 151 invólucros de erva seca picada e três tabletes com característica de maconha.
"Essa operação conjunta demonstrou a capacidade de integração e cooperação entre as forças federais e estaduais", analisou o secretário de Administração Penitenciária, David Anthony Gonçalves Alves. A parceria faz parte das ações em apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública, assinado em 28 de julho, do ano passado.
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A operação começou às 08h35 com 250 homens, entre militares e agentes penitenciários e peritos em detectar metais. Cães farejadores do Exército foram usados na operação que terminou às 14h. Nenhum armamento foi encontrado. Bem diferente do dia do motim, quando os detentos usaram três armas para fazer 18 reféns. Nos últimos dois anos, foram apreendidos 400 celulares no sistema penitenciário.

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