Delegado Rivaldo Barbosa assumiu a chefia da Polícia Civil - Rafael Nascimento / Agência O Dia
Delegado Rivaldo Barbosa assumiu a chefia da Polícia CivilRafael Nascimento / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - O delegado Rivaldo Barbosa foi empossado na manhã desta terça-feira como novo chefe de Polícia Civil. Ele, que estava à frente do Departamento de Homicídios, substitui Carlos Leba. A transmissão de cargo ocorreu na Cidade da Polícia, no Jacaré. Rivaldo foi anunciado como chefe de Polícia pelo interventor federal no Rio, general Walter Braga Netto, no último dia 22. Este não compareceu à cerimônia.

"Vivemos um momento difícil e de mudanças que trazem mais responsabilidade. Tenho o compromisso com a lisura e a transparência diante desse meu novo desafio. Queremos buscar a integração para dias melhores. Mas isso exige que desavenças fiquem para trás. Não assumo essa tarefa sozinho. Segurança Pública é um dever do estado e de todos nós. A intervenção (federal no Rio) tem conduzido suas decisões com respeito constitucional. Somos homens da lei e não vamos nos afastar dela. Essa é uma janela (intervenção) para o nosso estado. Combater a corrupção é o meu maior desafio", prometeu Rivaldo, diante do secretário de Segurança Pública, general Richard Fernandez Nunes.

Carlos Leba também falou sobre as mudanças. O delegado estava na chefia desde outubro de 2016: "Quero pedir desculpas. Enfim, (a intervenção) trouxe o alimento que precisávamos. Durante mais de um ano, tivemos uma trajetória composta por vários desafios. Quem falou que não daríamos conta, acho que errou. Não se faz polícia sozinha e sem recursos. Enfim, chegou a ajuda e espero que ela cumpra sua missão. Quero pedir o apoio incondicional ao novo secretário. O barco teve rachaduras, entrou água e precisou ancorar. Chega um novo comandante para seguir com ele, armar a vela", disse.

O general Richard explicou a escolha por Rivaldo Barbosa: "A escolha do Rivaldo foi pessoal. Já o conhecia desde a ocupação da Maré. Percebi que eu lidava com um profissional de alta escala. Quando eu o procurei, ele me apresentou o que eu precisava para a Polícia Civil. Ele vindo da DH fortalece. Acredito que ele inspira confiança e inovação. Precisamos acabar com essa onda de pessimismo. Temos uma polícia de excelência que pode dar boas respostas à sociedade. É isso só será possível com a integração entre os órgãos. Esse é um esforço necessário para sairmos de onde estamos. Para o trabalho ser eficiente e deixarmos o retrocesso para a história", disse o secretário de Segurança.

Durante a posse de Rivaldo Barbosa, o secretário de Segurança, Richard Nunes, sem citar nomes, comentou a prisão do ex-diretor do diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DPGE). "É fundamental o cerco e o combate à corrupção. O crime não compensa, e uma investigação bem feita pela Polícia Civil pode ajudar muito nisso. Temos que ter uma excelência na elucidação de crimes. Qualidade deve ser a palavra de ordem da Polícia Civil".

No discurso de posse, Rivaldo foi enfático na necessidade de combater a corrupção dentro da instituição. "Combater a corrupção é uma das minhas prioridades. Por isso, precisamos investir e fortalecer a inteligência para atuar em lavagem de dinheiro", garante. Perguntado sobre a prisão do delegado Marcelo Martins, nesta terça-feira por suspeita de lavagem de dinheiro, Barbosa disse que orientou o novo corregedor da Polícia Civil, o delegado Gilson Emiliano, a buscar informações na Polícia Federal sobre a investigação. "No que de diz respeito a esse caso específico, existe um procedimento todo regular onde a Polícia Civil vai fazer um ofício aos investigadores da Polícia Federal para que a gente tenha os dados e seja feito um procedimento regular para que se aplique as normas atinentes ao caso concreto. Vamos tomar todas as medidas dentro da ordem legal sobre".

Barbosa disse que já havia trocado Martins, do DGPE, a pedido do secretário de Segurança, o general Richard Nunes. "O general já havia determinado a substituição de todos os diretores e o único que eu já havia substituído era o doutor Marcelo", disse. O novo chefe da Polícia Civil pediu a união de todas as instituições "sem protagonismo". E disse: "A intervenção tem conduzindo suas definições com respeito às instituições. Somos todos homens da lei e dela jamais devemos nos afastar", enfatizou Barbosa. O ex-chefe das Delegacias de Homicídio disse que, além do trabalho conjunto, é "vital" o aporte de recursos para a instituição. Rivaldo afirmou que começa uma missão em que quer um atendimento exemplar as pessoas nas delegacias do estado. "A polícia vai trabalhar muito. Sempre trabalhou. Imagina uma polícia motivada e com investimentos".

Barbosa quer que a Draco volte para a Polícia Civil

Durante o discurso de posse, Barbosa pediu que a Polícia Civil receba mais recurso. Além disso, Rivaldo prometeu fazer todos os esforços para que a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) hoje sobre ordenes da Secretaria de Segurança Pública e que investiga a atuação de milícias no estado, volte para a Polícia Civil. "Me sinto honrado em exercer a função de tamanha responsabilidade. Assumo publicamente o compromisso de conduzir a Polícia Civil com determinação legais e transparência. É preciso buscar a união dos homens de bem sem protagonismos individuais. Prometo todos meus esforços parar trazer a Draco para a Polícia Civil. Assim seremos mais e melhores", afirmou.

O secretário da Segurança Pública, general Richard, defendeu que a Polícia Civil precisa de uma lei orgânica. Segundo o secretário, essa será uma das primeiras medidas que ele vai trabalhar no gabinete. "Após a etapa de escolha das equipes, vem a luta por recursos, para que eles tragam um avanço considerável da nossa polícia judiciária. Precisamos de profissionais valorizados para o combate à criminalidade. Qualidade deve ser a palavra de ordem".

Gilson Emiliano volta à Corregedoria  

Rivaldo Barbosa também anunciou mudanças em postos importantes na estrutura da Polícia Civil. São elas: Gilberto Ribeiro vai para a sub-chefia de Polícia; Giselia Cristina Miranda, chefia de gabinete; e Gisele de Lima, sub-chefia administrativo de Polícia. Marcos Vinicíus Braga vai assumir o lugar de Marcelo Martins, preso na Operação Pão Nosso, nesta terça-feira, no Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE). Marcos Amin será o novo titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), e Gilson Emiliano estará à frente da Corregedoria Interna da instituição.

Afastado por cinco anos da Corregedoria, o delegado Gilson Emiliano estava lotado na Delegacia de Homicídios da capital. "Vamos cuidar do policial bom e expurgar o péssimo policial", avisou o corregedor. Segundo ele, a investigação da prisão do delegado Marcelo Martins ficará a cargo da Corregedoria Geral Unificada (CGU).

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