
Rio - Um programa criado para fiscalizar a atuação dos próprios funcionários do Detran-RJ e combater a corrupção elevou o padrão da prestação de serviço num intervalo de apenas seis meses, completados na última quarta-feira. Em funcionamento desde setembro do ano passado, o Detran Conduta já fez mais de 7,2 mil atendimentos média de 40 por dia. Nesse período, dez pessoas foram presas e mais de 60 funcionários acabaram afastados das suas funções.
A iniciativa une a corregedoria e a ouvidoria do órgão. O programa também conta com o apoio do Ministério Público e das polícias Civil e Militar, responsáveis pela análise de todas as supostas irregularidades descobertas pelo departamento. É a terceira reportagem da série do Jornal O DIA, que mostra as mudanças já sentidas pela população com a mudança de filosofia do órgão.

A unidade também tem equipes de rua, que fazem visitas aos postos. Os locais fiscalizados são definidos com base em informações vindas de um canal de denúncias de supostas irregularidades. As denúncias anônimas podem ser feitas por telefone, pela internet ou presencialmente (veja no quadro ao lado).
A contratação de novos profissionais também passa por uma triagem, em parceria entre a corregedoria do Detran e a Polícia Civil, que verifica se o candidato tem antecedentes criminais.
Até o fim deste ano, será concluída a segunda etapa do programa. A ação será ampliada com o auxílio de uma central de monitoramento, que vai virar uma espécie de QG da fiscalização.
CÂMERAS NOS COLETES
Lá, os 52 postos do departamento serão monitorados com o auxílio de câmeras. Os agentes fiscalizadores também poderão registrar as suas atividades com um equipamento de filmagem instalado nos coletes, a exemplo do que já ocorre no programa Lei Seca.
A equipe de fiscalização será ampliada. Ainda neste ano, deve contar com cerca de 90 profissionais. Vinicius Farah, que assumiu a presidência do órgão desde fevereiro de 2017, explica que a medida já causa impacto na qualidade do serviço. "A criação do Detran Conduta também foi fundamental para dar credibilidade ao órgão. Além de fiscalizar e punir maus profissionais, ajuda a melhorar a qualidade do atendimento", argumenta.