Rio - Milhares de pessoas se reuniram em memória de Marielle Franco, nesta terça-feira, no Centro do Rio. A data marca sete dias da morte da vereadora do Psol. O protesto teve concentração na Igreja da Candelária e os manifestantes seguiram em direção à Cinelândia, onde houve um ato ecumênico, às 19h, em homenagem à parlamentar. Depois os manifestantes fizeram uma vigília na Câmara Municipal. O ato transcorreu sem registro de violência ou confusões.
A manifestação, intitulada "Marielle Vive, foi organizada por lideranças do Psol e diversos movimentos sociais. Na descrição da convocatória, compartilhada nas redes sociais, a vereadora é lembrada pela "luta das mulheres negras, a luta da favela e a luta LGBT".
Um vídeo publicado pela organização "Human Rights Watch Brasil" mostra o momento em que militantes colocam um adesivo em uma placa substituindo o nome da Avenida Rio Branco por Marielle Franco. O momento foi celebrado pelos presentes no ato.
A esposa de Anderson, Ágatha Reis, também discursou e lembrou da violência diária que atinge os moradores do Rio de Janeiro. "Nós representamos as pessoas que saem de casa todo dia e não sabem se vão voltar", disse Ágatha. Também discursaram parentes de jovens mortos em chacinas ou em confrontos com a polícia. Muitos desses crimes até hoje continuam sem solução.
Irmã de Marielle, Anielle Silva defendeu a atuação da vereadora, "que lutava pelos direitos humanos, de todos". De cima do carro de som, ela refutou os ataques disseminados em redes sociais contra Marielle e agradeceu o apoio que tem recebido nas ruas e em mensagens nas redes. E encerrou sua fala apontando para o público presente ao ato.
"Não vou abandonar vocês", prometeu.
O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) disse que "hoje é o dia das muitas Marielles aparecerem em praça pública para rezar por Marielle". O parlamentar esteve nesta manhã na Delegacia de Homicídios para acompanhar os depoimentos de Mônica Benício e de uma assessora do partido.
Para Freixo, o crime contra a vereadora foi fruto de uma vingança. "Uma vingança que chegou sem ameaça. Uma vingança muito brutal e inaceitável, uma interrupção da democracia", declarou ele. Marielle Franco foi assassinada a tiros na última quarta-feira, na Região Central do Rio. No ataque, o motorista Anderson Gomes também acabou morto.
Segundo o Centro de Operações da Prefeitura (COR), o ato fechou a Avenida Presidente Vargas no trecho com a Avenida Rio Branco. Por isso, foram interditadas as pistas central e lateral da Vargas, sentido Candelária, a partir da Avenida Passos, onde foi feito o desvio. ALinha 1 do VLT seguiu dos Museus x P. Formosa e a Linha 2 de Colombo x P. Formosa.
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