Luiz Fernando Pezão, governador do RioAgência Brasil
Por Agência Brasil

Rio - O governador Luiz Fernando Pezão disse que ficou surpreso com a liberação de R$ 1 bilhão para investimentos na área de segurança do Rio. O montante foi anunciado pelo presidente Michel Temer, na noite desta quarta-feira, em encontro na capital fluminense. "Esse dinheiro é suficiente para o estado e para os investimentos. Sinceramente, não esperava vir tanto recurso", disse.

Pezão contou que foi amistosa a conversa que teve com Temer durante reunião no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), no Centro do Rio.

O governador disse ao interventor federal do Rio, o general Braga Netto, que, com 35 anos de vida pública, sabe o quanto é difícil "arrancar dinheiro" em Brasília. Ele também comentou que o militar, com menos de um mês à frente da intervenção, conseguiu muito mais recursos do ele imaginava.

Para Pezão, esse valor é suficiente para cobrir as necessidades do estado em um ano. Segundo ele, somado ao que está previsto no orçamento estadual para 2018, o valor pode atender gastos de investimentos na segurança até 2019. "A gente tinha R$ 780 milhões previstos no orçamento estadual. Então, o total vai até ao longo de 2019", informou.

Michel Temer em reunião com o Gabinete da Intervenção Federal no Rio (GIFRJ)Divulgação / GIFRJ

Gratidão

O governador disse que agradeceu a Temer pelo montante e pediu que esses recursos não entrem nos cofres do estado e sejam administrados diretamente pelo Exército. Segundo ele, isso evitaria um processo mais burocrático e daria mais rapidez à aplicação do dinheiro. "Que estes recursos possam ser utilizados diretamente pelo Exército em tudo o que ele puder fazer e o que ele tiver de excepcional nessa intervenção".

Pezão continuou. "Se a gente colocar estes recursos aqui, na burocracia do estado, até passar por todas as fases que tem, dificilmente a gente gasta esses recursos este ano. Foi o apelo que fiz ao presidente para que converse com o Rodrigo Maia (presidente da Câmara) e com o senador Eunício Oliveira (presidente do Senado), para que a gente possa fazer um processo mais rápido e as próprias Forças Armadas utilizem esses recursos", comentou.

Para o governador, o sistema carcerário do estado é uma das áreas que mais necessitam de investimentos. "A gente tem uma carência muito grande. O secretário Anthony Gonçalves (de Administração Penitenciária) está hoje em Brasília, negociando com o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) para nós realizarmos obras que ampliem as cadeias", revelou.

Michel Temer em reunião com o Gabinete da Intervenção Federal no Rio (GIFRJ)Divulgação / GIFRJ

Deficit

Pezão negou que o deficit na segurança do Rio seja equivalente aos R$ 3,1 bilhões, que tinham sido anunciados pelo general Braga Netto como necessários para cobrir os gastos na área. Ele acrescentou que este montante incluía recursos que devem ser aplicados pelo governo estadual referentes a, entre outros pontos, recursos de restos a pagar, da folha de pagamento.

"Então, o deficit é com o governo do estado. Nós que vamos acertar, nós que vamos pagar a folha, nós que temos o Fundo de Segurança, que vai fazer os pagamentos a investimentos que não foram pagos. Esses recursos que serão liberados pelo governo federal são mais para investimentos e são suficientes. São recursos até substanciais para o que a gente precisa dentro da nossa área de segurança", pontuou.

Segundo o governador, o deficit do Estado do Rio está entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,4 bilhão, sendo que R$ 900 milhões são referentes a folhas de pagamento em atraso, que terão os vencimentos depositados em abril.

General Walter Braga Netto em reunião com o Gabinete da Intervenção Federal no Rio (GIFRJ)Divulgação / GIFRJ

Novas viaturas

Pezão anunciou que a partir de abril começarão a chegar as quase 900 novas viaturas que foram compradas pelo governo estadual. Ele disse que os custos da área serão elevados porque a frota ficará muito maior. O governador reforçou que o general Braga Netto mostrou a recuperação que o Exército já fez em carros de combate da polícia na própria oficina do Exército. Agora falta definir onde serão aplicados os recursos para os investimentos.

"É uma grande parceria e uma grande cooperação. Estes investimentos todos serão detalhados e selecionados, tanto pela nossa área de Polícia Militar, de Polícia Civil e da Administração Penitenciária, junto com o general, e a nossa área de Fazenda", destacou.

O governador comentou ainda a tendência de redução dos índices de criminalidade que ontem foi apontada pelo presidente Temer. "Os números, é claro, são estatísticas do ISP (Instituto de Segurança Pública), que ainda não estão fechadas no mês de março. Existem tendências de queda dos furtos e roubos de cargas, que já vinham em queda em relação ao ano passado. Então, temos que esperar fechar o mês, porque aí a gente tem a estatística completa", disse.

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