Bandidos fazem ataque com fogo a três ônibus. Na avenida leste oeste, um micro-ônibus e no terminal Coração de Jesus no CearáJosé Leomar / Diário do Nordeste
Por Bruna Fantti
Publicado 24/03/2018 20:54 | Atualizado 25/03/2018 11:31

Rio - Com o provável fim das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) da Vila Kennedy e do Batan anunciado pelo Gabinete de Intervenção Federal, moradores ainda não sabem se vão continuar com aulas de música e de esporte desenvolvidas de forma gratuita por policiais militares na comunidades.

“Ele gosta muito de música. É uma maneira de ter uma atividade fora da escola, que não tenho como pagar”, afirmou a tia de um adolescente de 14 anos, que toca violino há dois anos. O soldado Brito, além de patrulhar as ruas da Vila Kennedy, é professor de saxofone, flauta, clarinete e teoria musical da Orquestra Bela Oeste, que agrupa jovens da comunidade.

“É muito gratificante. A gente incentiva a molecada a sonhar, a olhar além do mundo em que eles vivem. Quando o projeto começou eles não sabiam que eu era policial. Quando eles descobriram ficaram espantados. Hoje em dia, alguns dizem que querem ser policiais e isso é bom demais.” O sargento Ricardo é responsável pelas aulas de violino e violão. Já um grupo de idosos que faz hidroginástica no Batan também está sem saber se terá sua atividade matutina desenvolvida em uma piscina ao lado da sede da UPP.

Além de música e hidroginástica, policiais dão aulas de judô e há uma brinquedoteca para crianças. A porta-voz das Unidades de Polícia Pacificadora, major Bianca Neves, disse que ainda não há um posicionamento a respeito da continuidade ou não das atividades.

“Ainda não sabemos. É um trabalho muito bonito que aproximou policiais e moradores. É feito sem verba, de forma gratuita”, disse. Atualmente, nas 38 UPPs, são desenvolvidos 126 projetos semelhantes de forma gratuita, com aulas ministradas por PMs.

Objetivo é recompor batalhões
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O anúncio do iminente término das UPPs da Zona Oeste foi feito pela equipe de intervenção na terça-feira, com a justificativa de recompor o batalhão da região com mais policiais.
Levou-se em conta para a análise um estudo feito em conjunto do Instituto de Segurança Pública e pela PM, que O DIA divulgou em agosto. Nele, estão listadas as unidades mais problemáticas e constatou-se que "em um terço dos territórios das UPPs não era possível fazer policiamento sem confrontos".
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Ao falar sobre a possível extinção das UPPs, o chefe do Gabinete da Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio, general Mauro Sinott, afirmou que as ações são necessárias para o retorno da capacidade operacional da PM.

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