Rio - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai definir nos próximos dias quem deverá assumir a vaga de Mário Tricano (PP), prefeito de Teresópolis, na Região Serrana. Ele desistiu de recurso que o mantinha no cargo desde 2016, depois que a Lei da Ficha Limpa o tornou inelegível por oito anos. Com a saída de Tricano, a Justiça Eleitoral pode conduzir o vice-prefeito, Sandro Dias, ou o presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Pedro Gil, ao posto de chefe do Executivo. O tribunal pode ainda decretar uma nova eleição.

Ontem, Mário Tricano não foi localizado pelo DIA para comentar o assunto, mas, à imprensa local, justificou a desistência do recurso, protocolada no TSE no dia 23. Ele alegou ser vítima de perseguição política. A amigos próximos, disse também que quer evitar "instabilidade política no governo, uma vez que não haverá mais plausibilidade jurídica em relação ao tema, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF)".

A condenação de Mário Tricano, por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicações nas eleições de 2008, o deixou inelegível por três anos, prazo que venceria em 2011. Mas ele recorreu. Com a recente decisão do STF, pelo qual foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o tempo de inelegibilidade se estendeu para oito anos. Na prática, ele não poderia ter concorrido à prefeitura em 2016, quando foi eleito com 35.100 votos.

O prefeito Tricano tem se envolvido em polêmicas nos últimos meses. Recentemente, causou surpresa ao sugerir, nas redes sociais, que moradores enterrassem ou queimassem o lixo domiciliar.

Em novembro, Tricano fez denúncia ao Ministério Público Estadual do Rio sobre suposto esquema de fraude envolvendo todos os 12 vereadores da cidade de Teresópolis. Ele alega ter sido pressionado por quatro deles a fraudar licitações e entregou gravações de conversas que teria tido com os políticos, dois secretários e um assessor parlamentar. Os vereadores negam essas acusações.