Pablo Pontes acredita que cobrança extra é um desrespeito ao cidadão - Daniel Castelo Branco
Pablo Pontes acredita que cobrança extra é um desrespeito ao cidadãoDaniel Castelo Branco
Por NADEDJA CALADO

Rio - Os clientes dos Correios voltaram a pagar ontem, a Taxa de Emergência Excepcional (Emex), no valor de R$ 3, aplicada a todas as encomendas a ser entregues na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A liminar que impedia a cobrança foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, na terça-feira. O Procon Estadual, autor da ação civil pública que havia conseguido a liminar, ainda não tinha sido notificado da decisão, mas informou que irá recorrer.

"É um absurdo. Em caso de compras, já pagamos um alto frete que agora vai ficar mais caro. Além disso, frequentemente preciso vir retirar as correspondências na agência, porque não chegam na minha casa. E agora vou pagar mais caro por esse serviço?", disse a dona de casa Bianca Nogueira, 35 anos. A taxa é criticada também por quem recebe normalmente suas encomendas pelos Correios. O funcionário público Pablo Pontes, 43, que mora no Centro, lamenta a cobrança: "Além de inconstitucional, essa taxa a mais é um desrespeito, principalmente com o cidadão carioca".

A necessidade de melhoras no serviço é citada constantemente pelos usuários dos serviços dos Correios. "Entendo que a empresa argumenta que transportadoras particulares cobram a mesma taxa, mas a qualidade na prestação é muito superior a dos Correios. Acho difícil que esse pagamento extra resolva alguma coisa em termos de qualidade" opinou o autônomo Ueslei Oliveira, 30.

Na decisão do TRF2, o desembargador André Fontes citou que a proibição da cobrança prejudica a empresa em relação aos concorrentes, que podem cobrar a taxa extra livremente. Em nota, os Correios confirmaram que a taxa já está em vigor em todas as agências. "A suspensão da liminar comprova que a cobrança da taxa emergencial pela empresa não é ilegal", destacou o texto. A empresa instituiu a cobrança por conta dos altos índices de roubos de cargas na região e afirma que a taxa pode ser suspensa a qualquer momento, desde que a situação de falta de segurança seja controlada. Além dos R$ 3 referentes à Emex, os Correios fizeram um reajuste nos preços de postagem, que subiram, em média 8%.

A violência no Rio também afeta as entregas em várias partes da cidade. Áreas consideradas de risco, nas zonas Norte e Oeste, são impedidas de receber correspondências. Estima-se que cerca de 200 mil endereços estejam comprometidos por motivos de segurança.

 

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