Campanha vai durar enquanto as doses estiverem disponíveis nos postos - Severino Silva / Agência O Dia
Campanha vai durar enquanto as doses estiverem disponíveis nos postosSeverino Silva / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - A Campanha de Vacinação contra o Influenza, vírus causador da gripe, começou nesta terça-feira no Rio. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Marco Antonio de Mattos, em todo o Brasil foram registrados 392 casos de gripe, com 62 mortes, só neste ano. Na cidade do Rio foram 38 casos, com cinco mortes, no mesmo período. Em relação a 2017, o número de mortos em 2018 já representa 38,4% do registrado durante todo o ano passado.

A Prefeitura do Rio tem como foco imunizar idosos, crianças de seis meses a 4 anos, gestantes, puérperas, trabalhadores de saúde, portadores de doenças crônicas (com prescrição médica), professores das redes pública e privada, população carcerária e funcionários de instituição prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas sócio-educativas. A campanha vai até o dia 1º de junho.

"O vírus já começou a circular no verão. Isso chama a atenção para a importância da vacina, que só depois de 15 dias a pessoa estará imunizada. O Ministério da Saúde detectou o aumento e antecipou a campanha, que só começaria em meados de maio", disse Mattos, que esteve esta manhã em um posto de Realengo. 

Pessoas com baixa imunidade são as principais vítimas. "A dose é necessária e vai contemplar a todos. É a única maneira de prevenir a gripe, a influenza A e o novo vírus, o H3N2. A única contra-indicação é que tem alergia a o ovo", disse o secretário. Portadores de doenças neurológicas e da síndrome Guillain-Barré devem consultar um médico antes de tomar a vacina e seguir suas orientações.

Ao todo, 235 unidades do município do Rio estarão abertas de segunda a sexta-feira, de 8h às 17, e aos sábados de 8h ao meio-dia para atender ao público-alvo. 

A aposentada Ilda Maria Freire, de 75 anos, foi uma das primeiras pessoas a chegar ao Centro Municipal Dom Hélder Câmara, em Botafogo, que começou a ter filas às 6h30, entre elas dezenas de idosos.

"Essa vacina é muito importante, tem muita utilidade, principalmente para pessoas da minha idade. Tomo todos os anos em venho, pois sempre gosto de dar minhas voltinhas. Eu aconselho, inclusive os jovens, que venham se vacinar. Acordei cedo, vim para a fila e estou ligando para o meu marido para ele também vir se vacinar", falou.

A aposentada Ilda Maria Freire, de 75 anos, chegou cedo para tomar a vacina - Severino Silva / Agência O Dia

Já na Tijuca, no Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, dezenas de pessoas esperavam para serem imunizadas. Após receber a dose, a aposentada Nemy Marinho de Resende, 89, lembrou que desde a primeira edição da campanha nunca deixou de ser vacinada. "Fui uma das primeiras a chegar aqui. Acredito que essa vacina é necessária. Com quase 90 anos não posso me arriscar", lembrou a sorridente aposentada.

O Dia D de mobilização será no dia 12 de maio, um sábado, quando postos extras serão montados em toda a cidade para facilitar o acesso da população. A imunização tem por objetivo reduzir as internações, complicações e mortes em decorrência das infecções pelo vírus da gripe. 

A vacina estará disponível durante a campanha nas unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Para as mulheres até 45 dias do parto, será solicitada comprovação da condição clínica. A meta é vacinar 90% dos grupos alvo recomendados da campanha, o que representa cerca de 1,4 milhão de pessoas. Em todo o estado são 4,5 milhões. 

Dados alarmantes

Já o estado do Rio registrou até o dia 14 de abril 18 óbitos por influenza, sendo 17 mortes pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e uma por H3N2. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), até o dia 16 de abril foram 167 casos confirmados de problemas respiratórios, sendo quatro deles causados pelo vírus H1N1 e 13 provocados pelo vírus H3N2.

Em todo o país, até o dia 14, 392 registros foram feitos em decorrência da influenza. Sessenta e duas pessoas morreram. Do total de casos, 190 foram por H1N1 com 33 mortes. Já em relação ao vírus H3N2, foram registrados 93 casos e 15 mortes. Ainda foram notificados 62 por influenza B com seis óbitos e os outros 47 casos e oito mortes ocorreram por influenza A não subtipado. Durante todo o ano de 2017, foram registrados 2691 casos e 498 mortes por influenza.

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