Rio - Um policial militar foi morto a tiros, na tarde desta terça-feira, em Queimados, na Baixada Fluminense. Lutercio Galiza de Souza, de 32 anos, era lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na Zona Sul do Rio. O crime aconteceu na Rua Mondaine, no bairro São Roque. Segundo testemunhas, homens armados abordaram o carro onde estava o militar e fizeram os disparos. No local, foram encontrados pelo menos 14 cápsulas de balas. A vítima morreu na hora.
Lutercio é o 33º PM morto somente este ano. Ele tinha três anos de corporação e deixa uma filha. O corpo do militar foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) foi acionada e fez perícia no local. Os agentes tentam encontrar imagens de câmeras de segurança e pistas que levem aos autores do crime. Ainda não há informações sobre a data e local de enterro de Lutercio.
Um PM assassinado a cada três dias
O assassinato do subtenente da PM Marcílio de Melo Ferreira, de 54 anos, na madrugada de ontem, reforçou uma estatística lamentável. Só este ano, um policial militar foi assassinado a cada três dias no Estado do Rio. Marcílio, que era casado e tinha seis filhos, abastecia seu carro uma Kombi na Estrada Intendente Magalhães, em Vila Valqueire, quando foi atacado por três jovens de 17 anos. Os adolescentes viram a arma na cintura do policial e tentaram roubá-la.
Marcílio entrou em luta corporal e os agressores conseguiram desarmá-lo. Logo em seguida atiraram contra o subtenente. Ao lado da esposa, Marcílio foi atingido na cabeça e, apesar de ter sido socorrido no Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, não resistiu ao ferimento.
Amigos da vítima, que era lotada no 16º BPM (Olaria), contaram que o subtenente havia entrado com um pedido para ser reformado. Disseram que ele, que estava na Polícia Militar desde 1987, não estava aguentando mais a violência no estado e sofria muito com o alto número de colegas de trabalho assassinados.
Em depoimento à Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, os suspeitos apreendidos negaram que mataram Marcílio por ele ser policial. Segundo os adolescentes, após o crime eles embarcaram em um táxi com destino a um baile funk no Complexo do Chapadão, em Costa Barros.
Taxista rendido
Os adolescentes renderam um taxista e acabaram presos por policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) que estranharam a atitude dos passageiros algumas ruas depois do crime. Durante a abordagem os três contaram que haviam assassinado um homem e disseram que tinham jogado a arma nas proximidades do Base Aérea do Campo dos Afonsos.
Na DH, a polícia descobriu que um dos jovens suspeitos de cometer o crime tinha um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça. Além disso, os investigadores contaram que os outros dois já tiveram passagens pela Justiça.
Segundo a Polícia Civil, os jovens serão encaminhados para ao Poder Judiciário e, se condenados, podem pegar, no máximo, uma pena de três anos de internação.