Segundo as investigações, Alan Pinheiro e Danieli Bezerra são suspeitos de liderar grupo que repassava produtos roubados para comércio, camelôs e até vendedores de trensSeverino Silva / Agência O Dia
Por NADEDJA CALADO
Publicado 04/04/2018 11:30 | Atualizado 04/04/2018 17:10

Rio - Uma operação realizada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, na manhã desta terça-feira, em vários bairros da capital e da Região Metropolitana, prendeu cinco dos 12 suspeitos de integrar uma quadrilha especializada em receptação de cargas roubadas. Na mesma ação, um acusado de receptação foi morto, em Bangu, e outros dois homens foram presos por agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC). Esses três suspeitos não faziam parte do bando. 

Entre os presos foram identificados Daniele Bezerra e Alan Pinheiro de Oliveira. O casal seria líder das atividades da quadrilha. Seguem em aberto os mandados de prisão de outros sete integrantes do grupo. “Eles iam a favelas de qualquer facção, fotografavam a mercadoria e revendiam a outros receptadores. Essas mercadorias são de qualquer tipo, incluindo bebidas, comidas, eletrodomésticos, porque muitas vezes eles roubam a carga sem saber o que é”, explicou o delegado Delmir Gouveia.

A denúncia aponta que, pelo menos desde 2017, os criminosos atuavam em conjunto com a facção Comando Vermelho e dividiam parte dos lucros obtidos com os roubos de carga com traficantes. Em troca, eles se beneficiavam do controle territorial nas favelas Pica-pau, Dick, Ficap e Furquim Mendes, para onde levavam as mercadorias roubadas. Segundo o MP, os acusados davam ainda dinheiro a agentes de segurança pública do Estado para não serem presos em flagrante.

Material apreendido em operação contra ladrões de cargaSeverino Silva / Agência O Dia

Segundo as investigações, camelôs recebiam diárias para revender os produtos roubados em diversos pontos do Rio. “Depois esses produtos vão parar em mercados regulares ou irregulares, camelôs, transportes públicos, qualquer lugar”, completou. De acordo com o delegado, a quadrilha vinha sendo monitorada pela polícia desde o fim de 2017.

Alguns dos envolvidos também guardavam os itens em casa e revendiam por meio de redes sociais. Entre os produtos mais visados pela quadrilha estão bebidas, medicamentos, alimentos e eletrônicos. Ao todo, foram registrados 9,4 mil casos de roubo de carga de janeiro a novembro de 2017. Apenas nos 12 primeiros dias deste ano, 281 casos foram contabilizados no estado.

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