Vereadora morta por milicianosReprodução / Canal Brasil
Por O Dia
Publicado 09/04/2018 10:14 | Atualizado 09/04/2018 18:49

Rio - O Procurador-Geral de Justiça, Eduardo Gussem, se reuniu nesta segunda-feira na Delegacia de Homicídios da Capital (DH), na Barra da Tijuca, com a cúpula da Segurança Pública do Estado para uma discussão sobre o caso da morte da vereadora Marielle Franco. A parlamentar e o motorista, Anderson Gomes, foram mortos a tiros no Estácio, no mês passado.

Estiveram presentes Homero das Neves, promotor do MPRJ responsável pelo caso, e Giniton Lages, delegado da Polícia Civil que preside as investigações. Eles compartilharam informações com o procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo Gussem; o secretário estadual de Segurança Pública, general Richard Nunes; o chefe de Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa; e o superintendente regional da Polícia Federal, Ricardo Andrade Saadi.

O único que deu declarações após a reunião foi o procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem. Segundo ele, o encontro que estreita o diálogo entre o MPRJ e as estruturas de segurança do Rio de Janeiro. Gussem também avaliou que as investigações caminham de uma forma positiva e reiterou que o caso continua sob sigilo.

“Tem toda uma dinâmica a ser montada. As autoridades responsáveis estão conduzindo com todo cuidado necessário. Obviamente, o tempo da área jurídica e do próprio delegado é um tempo diferente da expectativa, às vezes, da própria imprensa. É um caso que requer muita atenção. Mas nós acreditamos na linha de investigação que está sendo encaminhada”, disse.

O encontro ocorre menos de uma semana após o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) assegurar em liminar a autonomia do MPRJ para investigar os homicídios. A decisão, que ainda pode ser revista, determinou que o Ministério Público Federal (MPF) se abstenha de exercer atividades relacionadas ao caso. A federalização das investigações foi defendida pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Em 15 de março, um dia após o crime, ela chegou a instaurar procedimento instrutório, nomeando cinco procuradores para avaliar pedido de deslocamento de competência do caso para a Justiça Federal.

Colaborador de vereador morto 

A reunião ocorreu um dia após o líder comunitário Carlos Alexandre Pereira Maria também ter sido assassinado a tiros. Seu corpo foi encontrado domingo a noite dentro de um carro, na Taquara, na Zona Oeste. Ele era colaborador do vereador Marcello Siciliano (PHS), que depôs sobre a morte de Marielle na última sexta-feira. Gussem, no entanto, explica que o encontro não foi motivado pelo episódio. “Foi uma mera coincidência. Esta reunião já estava agendada há três dias, desde sexta-feira”, disse.

Siciliano depõe na DH

O vereador Marcello Siciliano depôs sobre o caso da morte da vereadora Marielle Franco, na última sexta-feira. Os policiais foram ao gabinete de Siciliano na Câmara dos Vereadores, na quinta-feira, mas ele não estava no local. Na manhã de sexta, o parlamentar foi notificado para prestar depoimento, que ocorre um dia após o vereador Zico Bacana (PHS) ir à DH.

Na tarde do mesmo dia do crime, câmeras de segurança flagraram a presença do ex-vereador Cristiano Girão Matias e outro paramilitar no sétimo andar, onde fica o gabinete de Bacana, na Câmara dos Vereadores. Ao chegar na delegacia, o vereador disse que os PMs entram sempre nas linhas de investigação da polícia. "Todo policial é cobrado. A Polícia Civil trabalha em cima de provas e denúncias. Minha vinda aqui é mais para elucidar esse crime, que com certeza será resolvido", reforçou.

Bacana afirma que todos deverão ser chamados para depor. "Que o caso seja elucidado. Com certeza todos nós, vereadores, temos que ser investigados como cada cidadão que apareceu naquele dia e que participou do cotidiano dela. 

*Com informações da Agência Brasil

 

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