Segurança foi baleado na frente de escola no MéierSeverino Silva / Agência O Dia
Por Rafael Nascimento e *Rodrigo Sampaio
Publicado 11/04/2018 08:28 | Atualizado 18/04/2018 18:26

Rio - O segurança de um colégio particular foi baleado por criminosos na Rua Tenente Costa, no Méier, Zona Norte do Rio, na manhã desta quarta-feira. Segundo informações de funcionários da unidade, Claudio Paixão Machado, 47 anos, foi atingido por dois tiros após um suposto arrastão no bairro, por volta das 6h. Ele foi encaminhado para o Hospital Municipal Salgado Filho, também na Zona Norte da cidade.

De acordo com integrantes do Instituto Francisca Paula de Jesus, nada foi levado pelos bandidos e nenhuma criança havia chegado ao local no momento dos disparos. As aulas na unidade seguem normalmente nesta manhã.

Segundo a Irmã Priscila, 55 anos, funcionária que levou Claudio ao hospital, a vítima está consciente, conversando e vai passar por exames de raio-x.

"Uma bala atravessou o corpo e a outra ficou alojada", disse. O segurança foi atingido nas nádegas e na região lombar. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o baleado está estável, mas inspira cuidados.

Ainda de acordo com a funcionária, câmeras de segurança flagraram o momento em que dois carros passaram e tiros foram disparados contra o funcionário, às 6h05. Claudio correu para dentro do colégio assim que percebeu a ação dos bandidos e acabou baleado. Ela disse que houve relatos de arrastão na região momentos antes do incidente e acredita que o ataque pode ter sido reflexo disso.

"Ele estava sozinho na rua, mas já tinha funcionário dentro do colégio. Ainda não tinha chegado nenhum aluno, graças a Deus!", disse, aliviada, Priscila. O Samu e o 190 foram acionados, mas, temendo a vida do funcionário, eles mesmos levaram Claudio ao hospital. 

Moradores temem roubos frequentes no bairro

Moradores do bairro relatam a falta de segurança e que os roubos são frequentes, já que a região é uma rota de fuga para o Jacarezinho. "É muito perigoso, tinha que ter mais policiamento e um quebra-molas para dificultar. Há um mês a Igreja Metodista foi assaltada em um domingo, assaltaram a mulher do pastor", disse um funcionário público de 66 anos.

"Não tem mais dia e hora. A gente não tem mais sossego. Tudo nos deixa preocupado. Você não pode imaginar que antes das 6h terá um tiroteio e alguém será baleado. A gente não tem mais segurança no Rio. E pior: esse bairro está entregue às baratas”, disse uma moradora de um prédio ao lado da escola.

Duas horas após o crime, o professor de educação física André Damião, de 33 anos, deixou a filha de apenas 2 anos no local. "Eu antes de sair de casa procuro sempre olhar e saber se aconteceu algum tipo de coisa no trajeto que vamos fazer para eliminar as probabilidades de acontecer algo. Mas isso não é garantia de nada, pois em qualquer lugar possa conhecer algo. O carro da polícia tá ali hoje porque fizeram arrastão aqui. Em locais de áreas escolares poderiam colocar uma patrulha — durante a entrada e a saída de alunos — e acredito que isso iria diminuir a criminalidade nesses locais. Evito fazer muita coisa por conta da violência. Não saímos mais para restaurantes ou até mesmo em algum parquinho para ela, justamente, por conta da criminalidade. Infelizmente, estamos coagidos", lamentou. 

"Ele trabalha aqui há mais de um ano como segurança terceirizado — contratado pela empresa Versátil. A segurança aqui na região está muito precária. Estamos reclamando a muito tempo por falta de policiamento. Com esse ocorrido, vamos pedir a prefeitura um quebra molas aqui para a rua", disse Alessandra Pacheco, coordenadora pedagógica do colégio.

A rua onde fica o colégio é pequena, de 270 metros, e também tem duas igreja, hospital e residências. A escola tem 1.100 alunos de 4 meses (berçário) a 18 anos (ensino médio). Funciona durante todo o dia de segunda a sábado.  

* Estagiário sob supervisão de Adriano Araujo

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