Os pais de Marielle Franco, Antonio e Marinete, e a filha, Luyara, chegaram acompanhados do deputado Marcelo Freixo no prédio da Chefia da Polícia CivilDaniel Castelo Branco/Agência O Dia
Por CÁSSIO BRUNO
Publicado 16/04/2018 16:46 | Atualizado 16/04/2018 16:56

Rio - O chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, se encontrou na tarde desta segunda-feira com a família da vereadora Marielle Franco e com o deputado Marcelo Freixo, do Psol. Barbosa não deu detalhes das investigações do crime aos parentes e ao parlamentar. Segundo ele, "a polícia está empenhada", pois trata-se de um "crime complexo" e de "apuração detalhada". Barbosa não deu prazo para encerrar as investigações e apontar quem foram os criminosos. "No momento apropriado, falaremos. A Polícia Civil já entendeu o cenário do crime. Estamos utilizando todos os meios para resolver o caso", afirmou o chefe de polícia.

Tanto a família quanto Freixo adotaram, agora, um tom de tolerância em relação ao tempo de demora para a solução do caso. Eles ficaram reunidos por uma hora e meia com Barbosa. "O encontro serviu para a família ter certeza que a investigação está andando. Temos confiança na polícia. Não quero saber quem é menos ou mais suspeito. Quero saber quem matou e quem mandou matar. Não é um caso simples. Não vamos parar de cobrar, mas o tempo é necessário", afirmou Freixo.

A viúva de Marielle Franco, Mônica Tereza Benício, disse que a reunião foi "excelente" e "tranquilizou a família". "Queremos um resultado correto e justo. A equipe técnica da polícia é qualificada", ressaltou Mônica.

Ninguém quis polemizar as declarações do ministro Raul Jungmann sobre o caso. Mais cedo, Jungmann disse que milicianos são os principais suspeitos do assassinato de Marielle e Anderson. "Respeito o comentário de todos. Mas a polícia só vai dizer a autoria e a motivação dos crimes no fim da investigação", ressaltou Rivaldo Barbosa.

Freixo perde PMs que faziam sua segurança

O deputado Marcelo Freixo perdeu dois PMs que faziam sua segurança, após anúncio pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, da reintegração de 700 PMs cedidos à órgãos públicos. O parlamentar só soube do ocorrido pelo Diário Oficial. No entanto, ele foi escoltado por homens de outras forças, que ele não diz quantos e nem de onde são. Freixo tem uma reunião hoje com o general Richard Nunes, secretário de Segurança do Rio, pra tentar resolver a situação.

Freixo criticou as declarações de Jungmann, que afirmou à CBN que a principal linha de investigação é que os assassinatos de Marielle e Anderson tenham sido cometidos por milicianos. "Não cabe ao ministro falar sobre as linhas de investigação. Cabe aos delegados. Tenho muito respeito pelo trabalho da Polícia Civil, dos delegados. São eles que devem se pronunciarem quando entenderem que pode. Acho que isso (declaração do ministro) pode atrapalhar o trabalho da polícia", disse Freixo.

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