Bruno Barbosa da Silva, de 31 anos, foi preso após casar em cartório de Campo GrandeDivulgação
Por O Dia
Publicado 25/04/2018 14:59 | Atualizado 25/04/2018 18:05

Rio - Um dos 17 presos na operação contra a maior milícia do Rio de Janeiro, que atua principalmente na Zona Oeste da cidade, foi Bruno Barbosa da Silva, de 31 anos. Ele tinha acabado de casar em um cartório de Campo Grande. Os policiais cumpriram o mandado de prisão por homicídio assim que o recém-casado assinou o contrato de matrimônio, nesta quarta-feira. Eles chegaram até o local graças a um informe anônimo feito ao Disque-Denúncia. 

Bruno foi encaminhado à Cidade da Polícia, no Jacaré, para onde também devem ser levados os outros presos na ação contra a milícia Liga da Justiça. Além dos presos, mais de 70 vans foram apreendidas na operação. O número de veículos recolhidos foi tão grande que faltou reboque e os próprios policiais os conduziram para o Pátio Legal do Detran em Campo Grande. A 36ª DP (Santa Cruz) é o quartel-general da operação.

Participam da operação desta quarta-feira 180 agentes divididos em 60 equipes. Wellington da Silva Braga, o Ecko, suspeito de chefiar o maior grupo miliciano da região, a Liga da Justiça, é o principal alvo da ação. 

Segundo o delegado Fábio Barucke, chefe do Departamento Geral de Polícia (DGP) da Capital, o transporte de vans piratas é a principal fonte de faturamento da milícia, estimado em 70% da renda dos criminosos.

"A extorsão cometida por esses milicianos nas vans é a sua maior renda. Faremos outras ações para quebrar outros braços financeiros, como a distribuição de gás. Estamos verificando também centrais de distribuição de TV e Internet, inclusive algumas foram fechadas hoje", disse o delegado.

Na casa de Wallace da Silva Braga, irmão de Ecko, localizada na Rua Florentina Cordeiro, na Favela do Aço, a polícia encontrou um sistema de monitoramento, com mais de 20 câmeras, que registra imagens da entrada da residência e de toda a região, em Santa Cruz. Wallace estava no local e provavelmente fugir ao notar a chegada dos agentes pela "central de vigilância". A ação mira a milícia Liga da Justiça e outros grupos, acontecendo em várias comunidade, uma delas a Três Pontes. O principal objetivo é dar um golpe no braço financeiro da milícia que opera naquela região da cidade. Drogas também foram apreendidas.

"Existem alguns mandados de prisão para serem cumpridos, mas também vamos focar em fontes de renda da milícia, como vans", explicou Fábio Barucke. Ao todo, são 18 mandados de prisão, 11 deles contra pessoas com ligação direta com a milícia.

Um dos presos desta quarta-feira, segundo a polícia, tinha carteira assinada há 13 anos e trabalhava em uma grande rede de supermercados. Na sua casa foram apreendidos vários pacotes de drogas e, de acordo com as investigações, ele era ligado à milícia.

“Prenderam uma pessoa de 31 anos, 13 deles com carteira assinada, vendendo drogas em área de milícia. Isso é uma mostra de como existe esse perfil do miliciano, sem passagem criminal”, disse o delegado Marcus Vinicius Braga. Ainda durante a operação, agentes da Civil encontraram em um camelódromo, no calçadão de Santa Cruz, com quase uma tonelada de produtos falsificados.

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