Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP) obteve na Justiça a indisponibilidade dos bens dos administradores afastados da Fundação Bio-Rio, em processo em que requer a devolução de R$ 5,6 milhões supostamente desviados da entidade. A decisão foi obtida em uma ação civil pública (ACP) que tramita na 49ª Vara Cível da Capital. O resultado foi divulgado em nota, nesta segunda-feira, pela assessoria do MP.
Os seis réus da ACP já haviam sido afastados do comando da fundação em outra ação proposta pelo MP. Segundo os promotores, os então administradores utilizaram o cartão de crédito da fundação com despesas em estabelecimentos no Brasil e no exterior e que comercializam artigos como vinhos, eletrônicos, roupas, brinquedos, bolsas e acessórios de marcas de alto luxo.
“Foi apurado ainda que os réus realizaram transferências diretas de valores para suas contas bancárias pessoais, concederam bolsas de pesquisa a cônjuges, receberam remuneração direta não autorizada e emitiram cheques ao portador, cujo numerário em espécie era transportado e entregue em mochilas”, destacou o MP na nota.
A Contadoria do MP constatou que o dano patrimonial chega a R$ 5.614.668,94, mas esse valor não é definitivo, já que não inclui os atos de desvio que ainda serão apurados no decorrer do processo. A Bio-Rio é uma entidade privada sem fins lucrativos, criada em 1988 para gerenciar um parque tecnológico que funciona dentro do campus de Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e abriga mais de 40 empresas que desenvolvem biotecnologia industrial e ambiental.