Taxistas fazem carreata no Viaduto do GasômetroCentro de Operações Rio
Por O Dia
Publicado 10/05/2018 09:37 | Atualizado 10/05/2018 14:50

Rio - Um protesto de taxistas gerou tumulto, na manhã desta quinta-feira, no acesso do Aeroporto Santos Dumont e na Cidade Nova. Por volta das 11h, um grupo fechou cinco faixas da Avenida Presidente Vargas, no sentido Candelária, em frente ao prédio da Prefeitura do Rio. Alguns manifestantes jogaram ovos em carros que seriam Uber e também em táxis que não estavam participando do ato. A PM interviu e chamou representantes da categoria para tentar conter a confusão. Todas as vias foram liberadas às 11h20. Agora no período da tarde, outra manifestação acontece na Rua São Clemente, em frente ao Palácio da Cidade. A via está interditada e prejudica o trânsito na região.

Um taxista foi agredido enquanto passava pelo local com uma passageira. Um grupo jogou ovos no carro dele e a mulher saiu do veículo. Para tentar conter o tumulto, um policial do Batalhão de Choque subiu em um palanque e falou com os manifestantes. No entanto, a confusão só foi contida depois de pelo menos dez minutos.

Mais cedo, por volta das 9h30, um grupo fechou o acesso do Santos Dumont e passageiros tiveram dificuldade de embarcar. Um dos motoristas que atirava bombas e ovos contra carros particulares foi atingido de raspão por uma bala de borracha pela PM. 

O taxista ferido estava jogando bomba "cabeça de nego" em veículos que chegavam ao aeroporto. Após ser atingido pelo tiro, houve discussão com o policial que atirou. "Estou jogando para fazer barulho e não para machucar". "Mas antes você estava jogando para machucar", disse o PM, que estava acompanhado por apenas outros três militares do 5º BPM (Praça da Harmonia) no protesto. 

Quem tem voo marcado para o Santos Dumont deve antecipar sua ida para evitar atrasos devido ao bloqueio. Muitos que desembarcam têm dificuldade de deixar o local. Apesar da confusão, o aeroporto nega interferência nos voos e diz que os "passageiros estavam conseguindo entrar". O VLT chegou a ter a circulação afetada pelo protesto, mas os intervalos das linhas 1 e 2 já estão em processo de normalização.

Desde o início da manhã desta quinta-feira, os taxistas fizeram carreatas em diversos pontos da cidade, como Ilha do Governador, Benfica, Barra da Tijuca e Méier, em direção à sede da prefeitura. Os manifestantes pedem "uma forma mais justa de regulamentação da Uber e de outros aplicativos de transporte particular". 

Manifestantes passaram pela Linha Vermelha e Avenida Francisco Bicalho, causando congestionamento em todas a região. De acordo com o Centro de Operações Rio, às 10h30, havia retenções também na Avenida Brasil, desde Benfica, no Viaduto do Gasômetro e na Ponte Rio-Niterói.

Segundo o diretor do Sindicato dos Taxistas, Alexandre Rezende, o objetivo dessa manifestação não é causar impactos no trânsito da cidade. Ele disse que incentivou os taxistas a irem até o prédio da prefeitura sem os carros para não atrapalhar a rotina dos cariocas. Alexandre explicou ainda que o serviço de táxis em alguns pontos, como Rodoviária Novo Rio e Santos Dumont, será normalizado após a saída das carreatas e ressaltou que os carros estão circulando normalmente nos outros bairros do Rio.

"Desta vez, escolhemos a qualidade a quantidade. A população não precisa sofrer para que a gente possa reivindicar os direitos que temos. Acreditamos que isso vá criar uma empatia melhor com a população que não vai ser prejudicada para seus compromissos e deslocamentos e com o prefeito. Não precisamos fechar rua pra exigir nosso direito", explicou Alexandre.

Taxista há 35 anos, Fernando Ribeiro Paes lembrou que a lei aprovada pela prefeitura permite que motoristas de outros estados também façam o transporte de passageiros na cidade. "Essas pessoas estão tirando os passageiros. Está uma bagunça. O prefeito já fez a lei, mas queremos que ele só deixe rodar na cidade carros com a placa do município do Rio. Nosso sindicato é contra essa violência e eu também. Não pode acontecer isso. Para cobrar algo, temos que andar dentro da lei", completou Fernando, de 60 anos.

Em nota, a Guarda Municipal informou que montou um esquema operacional preventivo desde meia-noite desta quinta-feira, com efetivo de 42 guardas e 12 veículos, "para orientar motoristas e minimizar possíveis impactos no trânsito em decorrência da manifestação de taxista na cidade". "As equipes atuam nos principais pontos de concentração, como a Avenida Atlântica, em Copacabana, Avenida Don Hélder Câmara, em Del Castilho, Praia de São Bento, na Ilha do Governador, nos acessos ao Aeroporto Santos Dumont e em frente a sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova", acrescentou.

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