Vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018Reprodução
Por O Dia

Rio - O ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando de Curicica, apontado por uma testemunha como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, será transferido para um presídio federal de segurança máxima. A decisão é da 5ª Vara Criminal da Capital. Na decisão foi também determinada a manutenção do ex-PM no presídio Bangu 1 até que seja determinado para qual unidade ele será transferido. O advogado Renato Darlan, que defende Orlando de Curicica, explicou que pediu a transferência porque seu cliente já sofreu uma tentativa de envenenamento e se encontra em greve de fome. Araújo nega participação no assassinato de Marielle Franco.

Mais cedo, o advogado já havia solicitado à Secretaria de Administração Penitenciária a transferência de seu cliente.  Segundo Renato Darlan, Araújo já sofreu uma tentativa de envenenamento e está em greve de fome há quatro dias.

Darlan esteve na Delegacia de Homicídios onde tentou, sem sucesso, ter acesso ao depoimento da testemunha que teria apontado Araújo e o vereador Marcello Siciliano (PHS) como mandantes do assassinato da vereadora. Ele contou que tampouco conseguiu falar com o delegado responsável pelo caso, Giniton Lages, que esteve em Bangu 1 na quinta-feira para conversar pessoalmente com Araújo.

"O Orlando está em greve de fome absoluta, está debilitado, nem sei como vou encontrá-lo", explicou o advogado. "Consideramos que isso seja uma espécie de tortura emocional, de tentar fazer com que ele fale coisas que não sabe."

Na última sexta-feira, Darlan afirmou que a visita do delegado a seu cliente foi para pressioná-lo a confessar a participação na morte de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes. A Secretaria de Segurança confirmou que o delegado esteve em Bangu 1 e se encontrou com o ex-PM, mas disse que foi a pedido do preso. "Não haveria o menor sentido o Orlando chamar o delegado para conversar e fazer essa proposta louca de assumir um crime que não é dele", garantiu Darlan.

Acusação e Carta de Defesa

Uma testemunha revelou à polícia que o chefe de milícia Orlando Oliveira de Araújo e o vereador Marcello Siciliano (PHS) tramaram a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes. Os dois foram mortos em março, no Estácio, Região Central do Rio.

Em carta, Orlando redigiu sua defesa e disse que não conheceu os vereadores Marcello Siciliano ou Marielle. Negou, também, ser miliciano, citou nominalmente a testemunha e disse que a mesma é chefe de uma milícia aliada ao tráfico, na Zona Oeste. "Informo que (a testemunha) não tem qualquer credibilidade haja vista o referido chefiar a milícia do Morro do Banco", escreveu, citando o nome de um PM.

Com informações do Estadão Conteúdo

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