Rio - O bebê Caíque de Carvalho, de seis meses, baleado no colo da mãe dentro do Colégio São Vicente de Paulo, no Cosme Velho, na Zona Sul do Rio, está fora de perigo, de acordo com o Centro Pediátrico da Lagoa. De acordo com a unidade, ele dormiu bem, tem quadro de saúde estável e está no CTI somente para ser observado. A criança passará por cirurgia para remover fragmentos do projétil na tarde desta terça-feira.
A mãe de Caíque de Carvalho aguardava outro filho terminar uma aula de basquete quando o bebê, que estava em seu colo, foi atingida no ombro por um tiro. Caíque foi levado para o Hospital Memorial Infantil, em Botafogo, e depois transferido para o Centro Pediátrico da Lagoa, onde deu entrada às 22h.
Direção do colégio se pronuncia
Em texto enviado à imprensa, o Colégio São Vicente de Paulo afirma que foi abruptamente inserido no mapa da violência que assola o Estado do Rio de Janeiro, quando vê ocorrer em suas dependências uma situação de bala perdida, atingindo um bebê no colo da mãe, que aguardava seu outro filho terminar a atividade esportiva que frequenta.
"Cumpre-nos expressar a profunda tristeza que toma conta de toda a comunidade vicentina que, neste momento, se solidariza com a família. Uma das principais características desta instituição e virtude vicentina é o zelo, amplamente percebido na forma como acolhemos todos aqueles que cruzam nossos portões, e priorizando o bem-estar e a segurança dos alunos, funcionários e demais pessoas que frequentam o colégio.
Como é de conhecimento geral, estamos imersos numa sociedade que tem vivido em meio a polarizações e à violência generalizada, com tiroteios espalhados por diversos locais, roubos e furtos em proporção imensurável, o que nos leva a evocar as palavras de São Vicente de Paulo, Patrono dessa Casa: “É preciso passar do amor afetivo ao amor efetivo ...”.
Na situação ocorrida ontem, à noite, no Colégio, as observações preliminares feitas pelos agentes policiais que aqui estiveram apontam para uma situação, infelizmente, comum em nossa cidade, de bala perdida, oriunda não se sabe de onde, na medida em que não há registro de qualquer ação envolvendo troca de tiros no entorno do Colégio.
Enfim, é tempo de prudência, de sensatez e de muita sabedoria para que não nos deixemos levar pelo desespero e pela falta de esperança. Devemos nos imbuir desses sentimentos para ajudar alunos, famílias e funcionários a refletirem sobre a sociedade que, por missão, devemos ajudar a transformar.
Agradecemos a todos que têm manifestado solidariedade com a comunidade vicentina."