Casal foi sequestrado na Avenida Carlos Chagas Filho, na Cidade Universitária da UFRJ, na Ilha do Fundão. Entorno da instituição tem registrado grande índice de assaltos e sequestrosReprodução
Por O Dia
Publicado 21/05/2018 08:14 | Atualizado 21/05/2018 09:06

Rio - Um casal de pesquisadores foi sequestrado por criminosos na entrada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, na sexta-feira. Eles ficaram na mira dos bandidos por nove horas, quando foram libertados no município de Belford Roxo, na baixada Fluminense.

Segundo um relato publicado pelas vítimas nas redes sociais, a abordagem aconteceu por volta das 11h, na Avenida Carlos Chagas Filho. Três bandidos armados obrigaram o casal a descer do carro onde estavam e os colocaram em um outro veículo. Os pesquisadores foram encapuzados e ordenados a ceder seus dados bancários, bem como celulares, computadores e documentos. Somente no cartão de crédito, os bandidos gastaram cerca de 30 mil reais. 

Após nove horas sob a mira de um revólver e sofrendo constantes ameaças, os pesquisadores foram libertados. Sem saber onde estavam, pediram ajuda e descobriram que se encontravam em Belford Roxo. Eles conseguiram um celular emprestado e conseguiram contactar a família, que havia estranhado o fato do casal não ter buscado o filho no colégio.

No relato, o casal desabafa e chama atenção para o grande número de assaltos na UFRJ. "Estamos nos perguntando o que está acontecendo? Todos sabemos que estes assaltos no Fundão são diários. Cadê a ação da Reitoria? Da Prefeitura Universidade? Cadê a gestão e atenção com os funcionários desta casa que tanto se esforçam para fazer da UFRJ uma universidade de excelência? Quantos mais terão que passar por esse trauma desumano?", escreveram.

Os pesquisadores ainda revelaram que enquanto estavam sendo feito reféns, os bandidos debocharam da policiamento no local do sequestro, afirmando que a patrulha de vigilância era "inútil" e que mais duas “equipes" de criminosos estavam no Fundão para fazer novas vítimas.

"Nós somente gostaríamos de poder fazer o nosso trabalho! Aquilo que amamos! Mas precisamos estar protegidos na hora de chegar e sair (...) Honestamente, não conseguimos imaginar como continuar desta maneira", lamentaram.

Reitoria lamenta episódio e revela acordo para reforçar seguança

Em nota, a administração da UFRJ lamentou ter que registrar novamente um crime na Cidade Universitária, e afirmou que o caso está sendo acompanhando pela 37ª DP (Ilha do Governador). "O crime, brutal, é inadmissível em um campus universitário e causa indignação a toda a comunidade, em virtude da gravidade e da violência a que os docentes foram expostos", disse a assessoria.

A instituição também afirmou que, no mês passado, se reuniu com o subsecretário de assuntos estratégicos da Secretaria de Segurança do Rio, Roberto Alzir, e pediu atenção ao aumento do número de sequestros relâmpagos no campus. Segundo a UFRJ, foi acordado um reforço no policiamento das vias no entorno da universidade, que é de responsabilidade da Polícia Militar.

Ainda de acordo com a nota, a UFRJ vai aderir ao Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). O contrato será pago pela Petrobras, uma das empresas instaladas no campus, e já está no processo para ser validado.

Nesta quarta, a Prefeitura da universidade vai se reunir com a Divisão Antissequestro da Polícia Civil para tratar de assuntos deste tipo. "Acreditamos que a medida será um reforço importante para coibir esse tipo de crime". Procuradas, as polícias Civil e Militar ainda não responderam a reportagem. 

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