Bombas vazias foram lacradas com plástico em posto em Vila IsabelDaniel Castelo Branco
Por O Dia

Rio - Após quatro dias de bloqueios nas estradas, o desabastecimento no Grande Rio se agravou. O número de ônibus em circulação foi reduzido em cerca de 80% em todo o estado por causa da falta de combustível, segundo a federação das empresas (Fetranspor). Na capital, a situação foi um pouco melhor, 57% da frota funcionaram até o fim da tarde. Para hoje, caso a greve dos caminhoneiros não seja suspensa, o sufoco dos trabalhadores para se locomover deve ser ainda maior.

"Caso a situação não seja normalizada o mais brevemente possível, há risco de paralisação total do sistema", afirmou o Rio Ônibus, que representa das empresas do setor no município.

O sistema BRT fechou 45 estações ontem. Para hoje, no Transoeste, a previsão é de que as 23 estações da Avenida Cesário de Melo deverão continuar sem funcionar. No Transcarioca, os veículos só devem circular da Alvorada até Madureira, como ocorreu ontem. Segundo o consórcio, ontem foi utilizada metade da frota e hoje deverão ter ainda menos veículos.

Com BRT fechado e poucos ônibus circulando na Zona Oeste e Norte, motoristas de vans se aproveitaram da situação para elevar o preço da passagem de R$ 3,60 para R$ 5. "Algumas linhas não estão nem aceitando RioCard, só dinheiro. Já não temos uma van de qualidade, agora querem que paguemos um preço exorbitante. Alguém tem que fiscalizar. Não tem ônibus, muito menos BRT, agora temos que pagar esse valor", disse uma mulher, que preferiu não se identificar.

A administradora Simone Ramos, 46, conta que não sabia da interrupção do BRT e perdeu 20 minutos andando a estação de Vicente de Carvalho para pegar o Transoeste até a Freguesia. "Vou ter que agora pegar um para Bonsucesso e de lá outro para a Freguesia. Tenho que chegar lá às 9h, mas acho que não vou conseguir. E se eu chegar , não sei se conseguirei voltar", disse ela pela manhã. As estações abertas do BRT e os pontos de ônibus do restante da cidade ficaram lotados.

A falta de combustível também afetou a operação do transporte aquaviário. A CCR Barcas informou que o trajeto entre o Rio de Janeiro e Niterói teve intervalos maiores e será totalmente interrompido neste fim de semana.

90% dos postos sem combustíveis
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O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Rio estima que entre 80% e 90% dos postos no estado já ficaram sem combustível ontem, e deve chegar a 100% hoje. "O desabastecimento deverá ser geral no Rio de Janeiro. Quem ainda tem combustível para vender, está certamente no final do seu estoque", disse o presidente Ronald Barroso.
O consumidor que encontrar postos adotando preços mais altos em função da greve pode denunciar ao Procon ou Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), pela internet ou 0800 9700 267. A ANP anunciou ontem relaxamento de exigências, com liberação da venda de gasolina com menos mistura de etanol e desvinculação dos postos às marcas das distribuidoras.
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Ontem a Justiça (4ª Vara Federal de Niterói) determinou, em liminar, a reintegração de posse de um trecho obstruído por caminhoneiros da rodovia BR-101. Inicialmente, a PRF deverá cumprir a medida e, se necessário, está autorizado apoio do Exército.

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