Segundo o consórcio, os ônibus vão circular entre 4h e 23h, com dez carros e intervalos de 15 minutosSeverino Silva / Agência O Dia
Por RAFAEL NASCIMENTO
Publicado 28/05/2018 09:42 | Atualizado 28/05/2018 17:02

Rio - No oitavo dia de manifestações dos caminhoneiros e com repartições públicas em ponto facultativo no município do Rio, muita gente ainda precisou sair de casa para trabalhar nesta segunda-feira. Com apenas 45% dos ônibus municipais e 79 BRTs (correspondente a 22%) em três corredores (Transcarioca, Transoeste e Transolímpica) circulando, o que se vê na manhã desta segunda-feira são pontos e estações lotadas. O novo número de veículos articulados voltou a ser reduzido às 9h de hoje.

Em Madureira, na Zona Norte, a espera pelo articulado chegava a mais de vinte minutos — o que às 8h era possível observar pelas filas gigantescas que chegavam a sair da estação. Morando em Vicente de Carvalho, bairro ao lado de Madureira, Claúdia Rodrigues, de 30 anos, disse que saiu de casa antes das 6h para trabalhar. No entanto, quase duas horas depois não havia conseguido chegar no destino final. "Preciso chegar na Barra da Tijuca. A essa hora eu já deveria estar no trabalho", lembra.

Não é só em Madureira que passageiros enfrentam problemas. Na Central do Brasil, mesmo com alguns ônibus circulando, é possível observar pontos lotados.

"Sai de Nova Iguaçu (na Baixada Fluminense) as 4h da manhã. Trabalho em Itaipu, em Niterói. Estou aqui no ponto (da Central) há uma hora e nada. Sou diarista e recebo por dia. Arrisquei a sair de cada porque preciso pagar as minhas contas", lembra Claudinete Pereira, 51 anos.

Com menos articulados nas ruas, estações do BRT estão ficando lotadasSeverino Silva

Nos bairros de Cascadura, Vicente de Carvalho, Marechal Hermes, Jacarepaguá e Penha há relatos de moradores que estão nos pontos de ônibus há mais de duas horas. Segundo o consórcio BRT, a expectativa é de receber novas carretas com combustível e, com isso, aumentar o percentual na operação de volta para casa, a partir das 16h. 

Quem mais sofreu com a falta de ônibus nesta manhã foram os moradores da Baixada Fluminense, São Gonçalo e da Zona Oeste carioca. É que poucos ônibus saíram dessas localidades em direção ao Centro. Antes das 7h, poucos passageiros circulavam pela Central do Brasil.

Moradora de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, Maria de Fátima Souza, 53 anos, saiu de casa às 5h40. Pouco depois das 7h, ela ainda não havia conseguido pegar um segundo ônibus para o trabalho, em Guadalupe, na Zona Oeste. “Como o ônibus não passou, peguei uma van lá onde moro que veio lotada e cheguei aqui. Foram quase duas horas. Agora preciso pegar o ônibus 399 para o trabalho”, diz a mulher. Que completou: “Eu cuido de uma idosa e ela depende de mim. Ou eu chego ou eu chego”, brincou a cuidadora.

Nem os vendedores ambulantes escaparam da crise. Muitos deles não venderam seus produtos na manhã desta segunda-feira, por falta de clientes.

Não foram só os ônibus que sofreram com as alterações. Por conta da greve, a CCR Barcas adotou medidas contingenciais, até que o fornecimento de diesel para as embarcações seja regularizado.

A Rio Ônibus também informou que o número de coletivos na rua deve aumentar conforme as carretas de combustíveis comecem a ser liberadas para as garagens. 

Confira as linhas que vão funcionar das 9h às16h:

Transoeste:

10 (Expresso - Santa Cruz x Alvorada); 12 ( Expresso - Pingo D'água x Alvorada); e 21A (Parador - Recreio Shopping x Jd. Oceânico) - intervalos variando de 10 a 15 minutos

Transcarioca:

35 (Parador - Madureira x Alvorada), 40 (Expresso - Madureira x Jd. Oceânico) e 41 (Expresso - Madureira x Terminal Recreio) – intervalos variando de 10 a 20 minutos

Transolímpica:

50 (Parador – Jd. Oceânico x Centro Olímpico), 51 (Parador - Terminal Recreio x Vila Militar) e 53 (Expresso - Sulacap x Jd. Oceânico) – intervalos entre 15 e 20 minutos.

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