Ceasa Rio vai reduzir despesas em 2019Estefan Radovicz / Agência O Dia
Por NADEDJA CALADO
Publicado 28/05/2018 14:23 | Atualizado 28/05/2018 15:51

Rio - Foi com pouco movimento e bastante preocupação que a Ceasa amanheceu nesse início de semana. A maior parte dos boxes abriu no horário normal, e quase todos fecharam por volta das 9h da manhã, quando o normal é que funcionem até a tarde. O carregador Jose Pereira da Silva, 60, contou que costuma levar entre R$200 e R$300 para casa diariamente. Nesta segunda-feira, porém, encerrou o dia com R$10 no bolso.

"Atingiu a toda a cadeia de produção, do auxiliar de serviços gerais ao dono do comércio. Somos cerca de 1500 carregadores aqui no Ceasa, todos nesse situação. Acho que a greve ainda vai resistir, e apesar dos prejuízos estamos apoiando os caminhoneiros", afirmou ele, que trabalha na Ceasa há 28 anos.

Em nota, a Ceasa relata que apenas 37 caminhões chegaram até a Central nesta segunda-feira. Normalmente, o fluxo chega a 400 caminhões. "Faltam alimentos como berinjela, batata, cebola, cenoura, brócolis, couve-flor, mandioca, beterraba, cenoura, morango, entre outros", diz a nota.

Mais uma vez os produtos foram vendidos por preços muito maiores do que o normal. Em um grande box de hortifruti, o saco da batata custava R$450; o tomate, R$130 a caixa; o pacote com 30 dúzias de ovos foi de R$90 a R$210. A nota da Ceasa também cita aumentos de preço - 8kg de acelga custavam R$15 e hoje saem a R$120; 6kg de alface crespa foram de R$15 a R$100. "Em quarenta anos de Ceasa, nunca vi uma coisa como essa. Já teve greve, sim, mas por dois dias, no máximo. E não sei se vai melhorar rápido, porque o apoio da população ao movimento está dando força aos caminhoneiros", opinou o funcionário José Batista, 70.

O vendedor Cláudio Luiz da Silva, 47, abriu seu box - que vende abóbora e melancia - às 4h da manhã, e desistiu por conta da falta de mercadoria. "Fica mais caro, o freguês não aparece, mas também quase não tem pra vender. Não fiz quase nada. Tenho 12 funcionários, e liberamos todos, não tem nada acontecendo", contou ele, que paga R$2500 no aluguel do box e disse ainda não ter noção de quanto sairá o prejuízo. Além dos estabelecimentos com horário de funcionamento abreviado, muitos boxes da Ceasa sequer abriram.

"Muitos dos produtos comercializados vêm de outros Estados, como de Minas Gerais, um dos principais Estados que abastecem a unidade central do Rio de Janeiro, e que continua com vários bloqueios", diz, em nota, a presidência da Ceasa-RJ. A empresa ainda lembra que muitos produtos vêm de outros estados que seguem com grandes bloqueios em suas estradas.

Os produtos que ainda se obtêm tiveram uma grande alta no preço, como a acelga (8kg) que antes custava em torno de R$ 15,00 hoje custa R$120,00; a alface extra crespa (6kg) antes era encontrado por R$ 15,00 hoje está custando em média R$ 100,00; o couve-flor (16kg) passou de R$ 30,00 para R$80,00 e o tomate longa vida extra (22kg) que antes custava em média R$ 45,00 hoje está custando em média 120,00.

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