Mesmo sem ter combustível para a venda, posto na Zona Sul já tinha fila quilométrica na tarde e noite de ontemDaniel Castelo Branco
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Publicado 29/05/2018 03:00

Rio - Em ritmo lento, o estado do Rio começa a retomar sua rotina hoje. Após oito dias de muita confusão e escassez, reflexo da greve nacional dos caminhoneiros, alguns setores da sociedade impactados, especialmente, pela falta de combustível, voltam gradualmente à rotina.

A disponibilidade de combustível, por exemplo, continua sendo uma incógnita. Apesar de caminhões-tanque terem deixado, sob escolta, a Reduc, ontem à noite, levando gasolina, álcool e diesel para os postos, o Sindicato do setor acredita que serão necessários, pelo menos, cinco dias para que a rotina de venda seja retomada.

Com relação aos alimentos, a Ceasa não deu garantia de funcionamento pleno hoje, mesmo com a previsão de que 20 caminhões desceriam da Região Serrana para abastecer a Central. Por sua vez, a Fecomércio, acredita que pode repor logo os estoques. Tanto que pediu à prefeitura do Rio que que libere os horários de carga e descarga dentro da cidade, nos próximos 10 dias. A Secretaria Municipal de Transportes garantiu que atenderia à reivindicação.

FEDERAL SÓ SEGUNDA

Enquanto a Prefeitura do Rio anuncia a volta às aulas a partir de hoje, escolas de Nova Iguaçu, Caxias e Queimados não tem data certa funcionar. Em Niterói, as escolas só retornam na segunda-feira. O mesmo acontece com as unidades de ensino federais: UFF, UFRJ, Rural, Unirio, Cefet e o Colégio Pedro II vão manter as atividades suspensas até segunda. A Uerj permanece fechada hoje, mas as aulas podem ser retomadas amanhã, de acordo com os desdobramentos da crise. As escolas particulares funcionam, mas é recomendável que os pais procurem se informar sobre mudanças nos horários.

Apesar do otimismo do secretário municipal da Casa Civil do Rio, Paulo Messina, que afirmou ter garantido "diesel suficiente para o retorno de 100% da frota dos ônibus municipais", o presidente do Rio Ônibus, Cláudio Callak, disse que a previsão para a manhã de hoje é que as linhas iniciem com 70% a 80% da frota e vá aumentando ao longo do dia. "A gente não acredita que não tenha demanda para atender 100% da população, mas garantimos para amanhã", afirmou Callak. O BRT vai adotar a mesma postura: começa o expediente com cerca de 40% da frota e, dependendo dos acontecimentos, deve aumentar a quantidade de ônibus. A Barca que liga o Rio a Niterói é quem se encontra em situação de mais penúria. A concessionária CCR Barcas reduziu viagens nos dias úteis e já avisou que não vai operar no feriado e no fim de semana.

Enquanto o estoque de combustível começa a ser normalizado, outro líquido muito mais vital continua em falta: sangue. Por conta da greve, o estoque no Hemorio baixou consideravelmente. "Quem mora ou trabalha próximo ao Hemorio e puder doar sangue vai nos ajudar a salvar vidas", apelou o secretário de estado de Saúde, Sérgio Gama.

Escolta de 5 milhões de litros da Reduc
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Vale tudo para ter combustível
Consumidores levaram galões e PETs para abastecimento Estefan Radovicz / Agência O Dia
Apesar da proibição da venda de combustíveis em garrafas PET e outros recipientes reaproveitados, ontem, filas foram formadas em postos especificamente para encher garrafas e bombonas. A resolução número 41/13, da Agência Nacional do Petróleo (ANP) está em vigor há cinco anos e estabelece regras seguindo normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
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O texto aponta que o combustível automotivo deve ser comercializado fora do tanque somente em vasilhames que tenham sido fabricados para este fim e certificados pelo Inmetro. Há galões, por exemplo, vendidos em borracharias e lojas de departamento para isso. O posto que descumprir a resolução está sujeito a multa que varia de R$ 20 mil a R$ 5 milhões.
 

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